Recordo-me que, em tempos, numa conversa com um professor da Universidade de Santiago acabámos por falar de casos de morte por saudade ocorrida nos galegos que viviam longe da sua terra natal; morte cantada por poetas, morte provocada pela nostalgia.
A palavra nostalgia foi criada pelo médico suíço Johannes Hofer a propósito da sua obra Dissertatio curiosa-medica De Nostalgia, vulgo Heimweh oder Heimvehsuct, em 1678. Construída a partir de nostos, que significa viagem, retorno ao seu país, e algos (dor, sofrimento), permitiu construir uma nova doença.
Os primeiros casos descritos são de facto interessantes. Um jovem de Basileia que estudava em Berna, longe da sua terra, começou a ficar agitado, ansioso e febril. Dia após dia agravava-se o seu estado e as medidas terapêuticas instituídas na altura (clisteres, purgas, sangrias) não faziam prever um final feliz. Deste modo, o boticário aconselhou que o melhor era enviá-lo para casa, já que tudo apontava para um desfecho fatal. À medida que o momento da partida chegava, a respiração do jovem tornava-se mais calma. Quando se iniciou a viagem a agitação começou a abrandar e as melhoras emergiam a olhos vistos, de tal forma que à chegada à cidade natal estava perfeitamente curado.
Hofer começou a analisar esta situação tendo concluído que os suíços mercenários, que participavam em acções noutros países, apresentavam com relativa frequência esta morbidez capaz de matar, não obstante a sua profissão!
O afastamento voluntário ou não, devido às mais diversas causas (guerras, exílios forçados, migração), da terra natal, provocava reacções graves em muitas pessoas, podendo ser fatais. A nostalgia continuou a provocar mortes, mesmo nos tempos mais recentes. Desconhece-se se continua a provocar este inusitado desfecho nos nossos dias, mas é muito provável que sim, porque apesar de termos encurtado as distâncias, e criado uma grande aldeia, mesmo assim, muitos indivíduos são obrigados a deslocarem-se dos seus locais e não têm meios de "matar saudades".
Um povo como o nosso que calcorreou o mundo "sabe' muito bem o que é ter saudades e até podemos questionar-nos quantos terão sido vitimados pela nostalgia? Provavelmente muitos.
Pode ser uma doença relativamente comum, mas tem uma particularidade: é perfeitamente curável...
A palavra nostalgia foi criada pelo médico suíço Johannes Hofer a propósito da sua obra Dissertatio curiosa-medica De Nostalgia, vulgo Heimweh oder Heimvehsuct, em 1678. Construída a partir de nostos, que significa viagem, retorno ao seu país, e algos (dor, sofrimento), permitiu construir uma nova doença.
Os primeiros casos descritos são de facto interessantes. Um jovem de Basileia que estudava em Berna, longe da sua terra, começou a ficar agitado, ansioso e febril. Dia após dia agravava-se o seu estado e as medidas terapêuticas instituídas na altura (clisteres, purgas, sangrias) não faziam prever um final feliz. Deste modo, o boticário aconselhou que o melhor era enviá-lo para casa, já que tudo apontava para um desfecho fatal. À medida que o momento da partida chegava, a respiração do jovem tornava-se mais calma. Quando se iniciou a viagem a agitação começou a abrandar e as melhoras emergiam a olhos vistos, de tal forma que à chegada à cidade natal estava perfeitamente curado.
Hofer começou a analisar esta situação tendo concluído que os suíços mercenários, que participavam em acções noutros países, apresentavam com relativa frequência esta morbidez capaz de matar, não obstante a sua profissão!
O afastamento voluntário ou não, devido às mais diversas causas (guerras, exílios forçados, migração), da terra natal, provocava reacções graves em muitas pessoas, podendo ser fatais. A nostalgia continuou a provocar mortes, mesmo nos tempos mais recentes. Desconhece-se se continua a provocar este inusitado desfecho nos nossos dias, mas é muito provável que sim, porque apesar de termos encurtado as distâncias, e criado uma grande aldeia, mesmo assim, muitos indivíduos são obrigados a deslocarem-se dos seus locais e não têm meios de "matar saudades".
Um povo como o nosso que calcorreou o mundo "sabe' muito bem o que é ter saudades e até podemos questionar-nos quantos terão sido vitimados pela nostalgia? Provavelmente muitos.
Pode ser uma doença relativamente comum, mas tem uma particularidade: é perfeitamente curável...
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