Os momentos de lazer são cada vez mais raros. Sempre que posso, consumo cada momento livre como se tratasse de uma laranja, ou seja, espremo-o ao máximo para lhe retirar o sumo, fonte prazer e de forças para os inúmeros embates que a idade e a responsabilidade acarretam.
Aos Sábados de manhã refugio-me no pequeno café-esplanada da Ponte da Praça de Santa Comba. Hoje, cumpri o ritual. Agasalhado, como um autêntico diabo a viajar pelos pólos, entrei dentro do estabelecimento, já que era impossível ficar cá fora. Sentei-me diante de uma das duas janelas panorâmicas e comecei a bisbilhotar as notícias dos jornais. O café é pequeno e quando entrei só estava a jovem empregada. Passado algum tempo, entraram duas senhoras bem vistosas, uma na casa dos quarenta, a outra acabada de entrar na dos trinta, transportando um "cestinho" com um bebé de poucas semanas, não por tê-lo visto, já que vinha cortinado por uma pequenina manta, mas pelo ar meio parido da mais nova. Sentaram-se à minha frente e colocaram a criancinha junto da janela para se “aquecer”. Passado dois minutos, se tanto, ambas raparam um cigarro sem qualquer cerimónia. Fiquei abismado. O miúdo (vim a saber depois o sexo, no decurso da conversa) começou a ser acarinhado pelo fumo. Entretanto três cavalheiros entraram e dirigiram-se à mesa. O mais velho, olhando para o quadro, disparou: - A fumarem! E com o bebé ao lado! Resposta, não da mãe, mas, da outra senhora: - Não há problema. O menino tem a mantinha a cobri-lo! O senhor de mais idade olhou-me e deve ter reparado na minha concordância com a sua observação.
Alguns minutos depois, entra uma jovem mãe, ainda na casa dos vinte, com outro “cestinho” de bebé, também coberto com uma pequena mantinha. Pensei: - E vão dois. O que pensará esta mãe ao ver que os vizinhos ao lado estão a fumar! Rapidamente deu-me uma resposta esclarecedora. Também começou a fumar. Incrível. Mais uma. Já não conseguia ler as notícias. Entretanto, dois dos cavalheiros que acompanhavam as senhoras sentadas à minha frente começaram a fumar. Um deles devia ser o pai. Eis que repente o jovem marido da mãe mais jovem que se tinha sentado na mesa à minha esquerda entrou no café e zás: puxou também de um cigarro. Logo a seguir entrou uma senhora sem “cestinho”, bem cuidada que se senta na mesa entre as das duas mamãs e catrapus: puxou também de um cigarro. Ou seja, num curto espaço de tempo, o ambiente agradável do café foi atacado por sete pessoas em nove com boa dose de fumo de tabaco. O ar do pequeno café tornou-se desagradável, obrigando-me a sair e ir para casa a resmungar. Como é possível que ocorram casos desta natureza, mães e pais que não têm respeito pelos outros e, sobretudo, pelos próprios filhos de tenra idade.
Mais uma forma de violência! Violência contra os direitos dos outros e da saúde e bem-estar dos próprios filhos!
Que brutos! E o ministro da saúde é outro! Já teve tempo mais do que suficiente para “botar” cá para fora a tal lei... É o “botas”!
Aos Sábados de manhã refugio-me no pequeno café-esplanada da Ponte da Praça de Santa Comba. Hoje, cumpri o ritual. Agasalhado, como um autêntico diabo a viajar pelos pólos, entrei dentro do estabelecimento, já que era impossível ficar cá fora. Sentei-me diante de uma das duas janelas panorâmicas e comecei a bisbilhotar as notícias dos jornais. O café é pequeno e quando entrei só estava a jovem empregada. Passado algum tempo, entraram duas senhoras bem vistosas, uma na casa dos quarenta, a outra acabada de entrar na dos trinta, transportando um "cestinho" com um bebé de poucas semanas, não por tê-lo visto, já que vinha cortinado por uma pequenina manta, mas pelo ar meio parido da mais nova. Sentaram-se à minha frente e colocaram a criancinha junto da janela para se “aquecer”. Passado dois minutos, se tanto, ambas raparam um cigarro sem qualquer cerimónia. Fiquei abismado. O miúdo (vim a saber depois o sexo, no decurso da conversa) começou a ser acarinhado pelo fumo. Entretanto três cavalheiros entraram e dirigiram-se à mesa. O mais velho, olhando para o quadro, disparou: - A fumarem! E com o bebé ao lado! Resposta, não da mãe, mas, da outra senhora: - Não há problema. O menino tem a mantinha a cobri-lo! O senhor de mais idade olhou-me e deve ter reparado na minha concordância com a sua observação.
Alguns minutos depois, entra uma jovem mãe, ainda na casa dos vinte, com outro “cestinho” de bebé, também coberto com uma pequena mantinha. Pensei: - E vão dois. O que pensará esta mãe ao ver que os vizinhos ao lado estão a fumar! Rapidamente deu-me uma resposta esclarecedora. Também começou a fumar. Incrível. Mais uma. Já não conseguia ler as notícias. Entretanto, dois dos cavalheiros que acompanhavam as senhoras sentadas à minha frente começaram a fumar. Um deles devia ser o pai. Eis que repente o jovem marido da mãe mais jovem que se tinha sentado na mesa à minha esquerda entrou no café e zás: puxou também de um cigarro. Logo a seguir entrou uma senhora sem “cestinho”, bem cuidada que se senta na mesa entre as das duas mamãs e catrapus: puxou também de um cigarro. Ou seja, num curto espaço de tempo, o ambiente agradável do café foi atacado por sete pessoas em nove com boa dose de fumo de tabaco. O ar do pequeno café tornou-se desagradável, obrigando-me a sair e ir para casa a resmungar. Como é possível que ocorram casos desta natureza, mães e pais que não têm respeito pelos outros e, sobretudo, pelos próprios filhos de tenra idade.
Mais uma forma de violência! Violência contra os direitos dos outros e da saúde e bem-estar dos próprios filhos!
Que brutos! E o ministro da saúde é outro! Já teve tempo mais do que suficiente para “botar” cá para fora a tal lei... É o “botas”!
8 comentários:
Caro Professor:
Estou a ver que o pessoal de Santa Comba está a ser patrocinado pela Tabaqueira!...
Mas olhe, enquanto não sai a lei "botas" que referiu, venha aos sábados tomar o café da manhã a Colares. Também terá janela panorâmica e o ambiente estará totalmente liofilizado!...
O meu amigo é um privilegiado...
Tem toda a razão, caro professor. E não é só aí por esses lados, Santa Comba. Com excepção de umas residências privadas de "privilegiados sociais", ( ali para as bandas de Colares) quantas vezes, do Minho ao Algarve, num qualquer restaurante, à mesa ou ao balcão, peço um bife ou um peixe fresco, e acabo por comer bife ou filete "fumado" pelo comensal do lado! Ao menos se fosse um bom fumeiro de lenha. Agora por um Marlboro ou SG de fraca qualidade, com pior cheiro e sabor!
E enquanto não se "bota" lei cá para fora, ao menos que se "botassemos", todos, um pouco de civismo nos nossos comportamentos! É que a sociedade de informaçao, hoje, não é a mesma de há 50 anos. Mas alguns pararam no tempo!
E "bota-se" a cada momento a falta de respeito. Deviamos também, nós, os que sofrem essa má criação, escudados nos nossos direitos de cidadania, "botar-lhes em cima" alguns ensinamentos...
Se me é permitido, descordo da opinião em relação ao ministro da Saúde. Isto porque, é notória a sua vontade em eliminar a hipotese de os bébés serem molestados pelo fumo dos pais e restantes vizinhos.
Como?
Ora faça o favor de reflectir um pouco.
Não é sabido que o Sr. Ministro tem encerrado a esmo maternidades por todo o país?
Assim sendo, vêem-se os promissórios progenitores na contingÊncia de deixar o acto procriativo, somente pela intenção, uma vez que já ninguem tem os filhos em casa. Baixando a taxa de natalidade aos níveis que o Sr. ministro parece empenhado em conseguir, resta espaço físico e moral, para todos se intoxicarem em nicotina e forrar as entranhas do belíssimo alcatrão.
Afinal, o alcatrão é usado na construcção para isolamento, sobretudo de humidades. às tantas ainda se descobrem propriedades curativas no alcatrão. Benza-os Deus.
Pois é, car Bartolomeu! Não tinha pensado nisso! Às tantas a preocupação do PS em avançar com velocidade pelo referendo e com vontade partidária à IVG, tambem tem esse objectivo...Não me tinha ocorrido tal!
A universalidade do princípio causa-efeito é incontornável...
Concorda ou não caro Vasco?
O quê, em Colares já está antecipada a lei? Mesmo ao ar livre?Não há mesmo nenhuma escapatória para um pobre fumador...
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