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quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Golpe cultural!...


Ontem ouvi várias notícias sobre o enorme incremento, em 2006, das visitas aos museus portugueses, que tiveram crescimentos da ordem dos 70% a 90% nos principais espaços.
Fiquei alarmado com o estado da nossa cultura!...
Ao que tenho ouvido, verdadeira cultura era a que acontecia no Rivoli do Porto, com 17 visitas diárias, no máximo, claro!... Ou com a que transparece da generalidade dos filmes portugueses, a que só conseguem aceder 400 cidadãos muito preparados e cultos, no máximo também, claro!...
Pelo que essa de os museus atraírem cada vez mais gente e não ficarem confinados aos funcionários e especialistas me começa a parecer como algo de estranho e alarmante.
E que deve ser firmemente denunciado, por traduzir um verdadeiro golpe cultural!...

8 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão
Deve ser por isso que o Museu dos Azulejo, em Lisboa, está fechado entre o meio-dia e as duas e ao fim-de-semana! Desde finais de Novembro que é assim.
O Museu dos Azulejo é só o maior quarto museu de Lisboa mais visitado.
- notícia publicada pelo DN em 8 de Janeiro -

Pinho Cardão disse...

Pois é, cara Margarida,nada de facilitar as visitas... Quanto menos, mais cultural é o espaço ou o evento!...

Tonibler disse...

Esses números devem ter sofrido uma alteração da base de cálculo. Em vez de contarem as pessoas que vêm, contam os pés que ouvem. Assim, com cadeiras de rodas e pernetas, dá um aumento de 70 a 90%! No fundo são os museus a adoptarem a metodologia do INE.

RuiVasco disse...

Caro Pinho Cardão:
O facto é preocupante, na medida em que, o museu é o passado e o Rivoli é o futuro! Isto é, achava eu! Aos filmes portugueses, na generalidade como diz, vão lá vê-los 400 cidadãos muito cultos! Convenhamos, caro dr., 400 é muita gente! Até começaria a ficar preocupado de ver tantas centenas a verem aquelas "porcarias", perdão aquelas criações pagas apenas e só pelo Estado se não soubesse como se chega a 400!. Porque dos 400 que lá vão 378 são convites dos diversos institutos culturais, 20 são convites do autor a amigos e familiares, um é o o autor e o ultimo ou sou eu ou você, num momento de distracção!
Será por isso que o Rui Rio acabou hoje, no Porto, com a chama, perdão com a chamada Cultiporto, a mesma que nos momentos de grandes movimentações populares chega a levar 17, numa só noite, sim, numa só noite, ao Rivoli...com a promessa que vai haver TVs , Jornais e se possivel "porrada" que o povo gosta!
Por ultimo e muito a serio (como perguntava a Margarida Correa de Aguiar)- porque será que tantos museus pelo país fora fecham ao fim de semana? Não digam que são as medidas restritivas das Horas Extra do OE 2006 ou 2007! Porque isto acontece há muito! Foi coisa que nunca entendi! Principalmente nos periodos de turismo, como a Pascoa, o Natal, as ferias de verão!
Tá bem já sei, que por falar daquela coisa dos cinemas e dos Rivolis, sou retrogrado, reaccionário, anti-cultura, e que não entendo os novos tempos!
Devo estar um pouco apanhado das ideias, por causa do efeito de estufa e da gripe que nao me larga há 8 dias!

Anónimo disse...

Meus caros, é o princípio do fim. Quando se começa a usufruir dos bens culturais, é certo e sabido que a cultura se esvai. É consumida rapidamente e desaparece. Cultura, como toda a gente sabe, é aquele conjunto de manifestações que só as mentes iluminadas de um pequena élite consegue entender. Cultura é avessa à democracia, é patrimonio de uma selecta aristocracia intelectual. Fechem, pois e quanto antes, os museus. E façam revivescer os Rivolis. A bem da cultura! Contra este indecente aumento de consumo!

Pinho Cardão disse...

Grande Tribuno!...
Apoiado, caro Ferreira de Almeida:

Pinho Cardão disse...

Cara Drª Clara Carneiro:
Hmm!...Museu Gulbenkian...a continuar assim, será chamado, não tarda, um espaço meramente comercial!...
E tanta gente a ver Souza Cardoso não irá desvalorizar a obra?

Pinho Cardão disse...

Caro Rui Vasco:
Os museus fecham precisamente nos dias em que se daria maior afluência, porque se pretende que não haja lá muita gente, não tenha receitas e se possa continuar a criticar tudo e todos. Nada de democracia cultural exagerada!...