A propósito dos cheiros da Índia, não resisto a contar um episódio caricato que ficou associado à viagem.
O hotel em Delhi era muito agradável, bem à medida do que o corpo pedia depois da viagem tão longa e da forte impressão que aquela Babilónia causa ao mais avisado.
Mal pisei o chão do quarto, assalta-me uma música melosa, uma voz feminina tipo sereia encantadora que anunciava repetidamente um perfume qualquer paradisíaco. Passado o relâmpago em que pensei ter entrado no quarto errado, vi o écran gigante pregado na parede, com imagens dengosas em fundo de mar ondulante, onde pairavam uns cabelos lustrosos como se quisessem espalhar o dito perfume por todo o lado. O refrão era curto e insistente: “Your essence is your soooouullll...!”.
O hotel em Delhi era muito agradável, bem à medida do que o corpo pedia depois da viagem tão longa e da forte impressão que aquela Babilónia causa ao mais avisado.
Mal pisei o chão do quarto, assalta-me uma música melosa, uma voz feminina tipo sereia encantadora que anunciava repetidamente um perfume qualquer paradisíaco. Passado o relâmpago em que pensei ter entrado no quarto errado, vi o écran gigante pregado na parede, com imagens dengosas em fundo de mar ondulante, onde pairavam uns cabelos lustrosos como se quisessem espalhar o dito perfume por todo o lado. O refrão era curto e insistente: “Your essence is your soooouullll...!”.
Primeiro, não descobria de onde vinha o som. Depois, não vi nenhum botão suspeito no écran. Finalmente, não dava com o maldito comando que me pudesse livrar daquela dormência. Cansada como estava, deixei-me dormir antes de conseguir abafar a criatura e aquele som actuou como uma droga de efeito rápido.
A verdade é que me ficou o diabo da música no ouvido. Sobretudo porque não servia de nada carregar no comando. O salto tecnológico estava ali bem à vista, porque de cada vez que saía do quarto e voltava a entrar, logo o automatismo infernal começava a implicar com os meus ouvidos. Se apagava a luz e voltava a acender, acendia-se o écran e a mulher despertava com o perfume. Era sempre mais rápida que eu, mesmo depois de ter o cuidado de deixar o comando à mão de semear… Não sei quantas vezes ouvi aquilo, de modo que, quando penso em Delhi, logo me ocorre aquele vozeirão e o perfume enjoativo que apelava à alma!
A verdade é que me ficou o diabo da música no ouvido. Sobretudo porque não servia de nada carregar no comando. O salto tecnológico estava ali bem à vista, porque de cada vez que saía do quarto e voltava a entrar, logo o automatismo infernal começava a implicar com os meus ouvidos. Se apagava a luz e voltava a acender, acendia-se o écran e a mulher despertava com o perfume. Era sempre mais rápida que eu, mesmo depois de ter o cuidado de deixar o comando à mão de semear… Não sei quantas vezes ouvi aquilo, de modo que, quando penso em Delhi, logo me ocorre aquele vozeirão e o perfume enjoativo que apelava à alma!
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