O dia seguinte à chegada a Bolonha incluía várias manifestações, entre as quais a reunião de empresários a que fiz referência na minha crónica II. O dia ficou marcado pela doença de Mário Soares, que ficou retido no hotel. Durante o dia, o “programa” alternativo para muitos foi apresentarem-se várias vezes junto da Presidência, com ar contristado e pesaroso, a inteirar-se do estado de saúde de S. Excia. Se era grave, se iria impedir o doutoramento, era a grande preocupação. A resposta é que fora uma indisposição que obrigava a cancelar apenas o programa do dia. Aqui para nós, corria nalguns círculos da comitiva que Mário Soares resolveu pura e simplesmente descansar. Apesar de tudo, custou-me a crer que fosse verdade...
Esse dia ficou ainda marcado por uma recepção, creio que pela Câmara de Bolonha, ou por alguma associação empresarial, já não sei, e teve para mim a novidade de o jantar oficial ter sido patrocinado por uma marca de café, a Segafredo, como constava da programa da ementa, o que não deixou de ser pitoresco.
No dia seguinte, com o nosso Presidente já restabelecido, veio enfim o doutoramento por uma das Universidades mais antigas do mundo, a de Bolonha. Foi um acto muito bonito, com discursos eloquentes e elogios a Soares e a Portugal.
Creio mesmo, mas quem sou eu para o dizer, que o fim último da viagem e a razão de tão grande e luzidia deslocação a Itália, integrando escritores, escultores, arquitectos, artistas, jornalistas, professores universitários, empresários e banqueiros foi testemunhar tão solene acto de doutoramento. A corte e o ritual, de que Soares tanto gosta, estiveram presentes. Por mim, gostei da cerimónia.
Mas, em jeito de conclusão, gostaria de referir que não foi nada do que contei que mais me impressionou na visita. O que me impressionou francamente foi a “camaradagem” e a intimidade entre a Presidência, como se autodenominavam os membros do staff do Presidente, e muitos dos empresários e industriais presentes. As pessoas tratavam-se por tu, recordavam almoços à beira das piscinas e os passeios de barco, programavam as próximas caçadas. Fiquei realmente espantado com tal “promiscuidade” e esse ainda é o aspecto que mais indelével me ficou da viagem.
Esse dia ficou ainda marcado por uma recepção, creio que pela Câmara de Bolonha, ou por alguma associação empresarial, já não sei, e teve para mim a novidade de o jantar oficial ter sido patrocinado por uma marca de café, a Segafredo, como constava da programa da ementa, o que não deixou de ser pitoresco.
No dia seguinte, com o nosso Presidente já restabelecido, veio enfim o doutoramento por uma das Universidades mais antigas do mundo, a de Bolonha. Foi um acto muito bonito, com discursos eloquentes e elogios a Soares e a Portugal.
Creio mesmo, mas quem sou eu para o dizer, que o fim último da viagem e a razão de tão grande e luzidia deslocação a Itália, integrando escritores, escultores, arquitectos, artistas, jornalistas, professores universitários, empresários e banqueiros foi testemunhar tão solene acto de doutoramento. A corte e o ritual, de que Soares tanto gosta, estiveram presentes. Por mim, gostei da cerimónia.
Mas, em jeito de conclusão, gostaria de referir que não foi nada do que contei que mais me impressionou na visita. O que me impressionou francamente foi a “camaradagem” e a intimidade entre a Presidência, como se autodenominavam os membros do staff do Presidente, e muitos dos empresários e industriais presentes. As pessoas tratavam-se por tu, recordavam almoços à beira das piscinas e os passeios de barco, programavam as próximas caçadas. Fiquei realmente espantado com tal “promiscuidade” e esse ainda é o aspecto que mais indelével me ficou da viagem.
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