Antes do Natal passei por uma livraria para ver as últimas novidades, comprar um livrito, utilizar um bónus na sua aquisição e passar um bocado de tempo, já que é tão raro.
Acabei por comprar dois e, quando cheguei à caixa, a funcionária, muito delicadamente, cumprimentou-me, dizendo que tinha um livro especial para eu ver. Acto contínuo, retirou um exemplar debaixo do balcão e mostrou-me. Tratava-se da Divina Comédia de Dante, tradução de Vasco da Graça Moura com ilustrações de Júlio Pomar, edição limitada e assinada por ambos. Perguntou-me se estava interessado. Disse-lhe logo que sim, não obstante o preço. Mas como a obra sempre me agradou, tendo inclusive já lido algumas passagens, achei que era o momento de a ler. Afinal é uma das mais marcantes obras universais. A funcionária aquiesceu com um simpático sorriso e perguntou-me se era para oferta. Disse-lhe que sim, mas para mim! Uma auto oferta natalícia.
Já li grande parte da deliciosa obra do "homem que procura o amor".
Hoje, fui confrontado com a notícia segundo a qual o Vaticano planeia realizar uma “ópera rock” baseada na Divina Comédia. Um padre "liberal" é responsável pelos diferentes estilos musicais, de acordo com o momento do poema. Assim, o rock vai ser usado no Inferno, o coro gregoriano no Purgatório e a música clássica no Paraíso. A obra vai ser divulgada por esse mundo fora, e acho muito bem. Só não compreendo as razões do monsenhor Marco Frisina ao escolher os diferentes estilos de acordo com os três patamares, Inferno, Purgatório e Paraíso. Não pretendo afirmar que o senhor seja preconceituoso, nada disso. Mas seria muito mais interessante escolher a música clássica para o Inferno, sempre tranquilizava os diabinhos que por lá abundam e o rock para o Paraíso, ao menos alegrava e dinamizava a rapaziada. Quanto ao canto gregoriano, não esquecer que este estilo de música foi divulgado pelo papa Gregório I, o mesmo que teorizou o Purgatório, é muito bem feito para os que “andam” por estas bandas. Claro que o canto gregoriano é bonito, mas ter que o “gramar” durante tempos infindos, enquanto não subirem ao Paraíso, deve ser cá um tormento!
Estou convicto que Dante e a sua amada Beatriz, na sua jornada pelo Paraíso, iriam divertir-se com o rock, mas têm que contentar-se com música clássica. Melhor sorte tem Dante, sempre dá umas voltas pelo Inferno…
Acabei por comprar dois e, quando cheguei à caixa, a funcionária, muito delicadamente, cumprimentou-me, dizendo que tinha um livro especial para eu ver. Acto contínuo, retirou um exemplar debaixo do balcão e mostrou-me. Tratava-se da Divina Comédia de Dante, tradução de Vasco da Graça Moura com ilustrações de Júlio Pomar, edição limitada e assinada por ambos. Perguntou-me se estava interessado. Disse-lhe logo que sim, não obstante o preço. Mas como a obra sempre me agradou, tendo inclusive já lido algumas passagens, achei que era o momento de a ler. Afinal é uma das mais marcantes obras universais. A funcionária aquiesceu com um simpático sorriso e perguntou-me se era para oferta. Disse-lhe que sim, mas para mim! Uma auto oferta natalícia.
Já li grande parte da deliciosa obra do "homem que procura o amor".
Hoje, fui confrontado com a notícia segundo a qual o Vaticano planeia realizar uma “ópera rock” baseada na Divina Comédia. Um padre "liberal" é responsável pelos diferentes estilos musicais, de acordo com o momento do poema. Assim, o rock vai ser usado no Inferno, o coro gregoriano no Purgatório e a música clássica no Paraíso. A obra vai ser divulgada por esse mundo fora, e acho muito bem. Só não compreendo as razões do monsenhor Marco Frisina ao escolher os diferentes estilos de acordo com os três patamares, Inferno, Purgatório e Paraíso. Não pretendo afirmar que o senhor seja preconceituoso, nada disso. Mas seria muito mais interessante escolher a música clássica para o Inferno, sempre tranquilizava os diabinhos que por lá abundam e o rock para o Paraíso, ao menos alegrava e dinamizava a rapaziada. Quanto ao canto gregoriano, não esquecer que este estilo de música foi divulgado pelo papa Gregório I, o mesmo que teorizou o Purgatório, é muito bem feito para os que “andam” por estas bandas. Claro que o canto gregoriano é bonito, mas ter que o “gramar” durante tempos infindos, enquanto não subirem ao Paraíso, deve ser cá um tormento!
Estou convicto que Dante e a sua amada Beatriz, na sua jornada pelo Paraíso, iriam divertir-se com o rock, mas têm que contentar-se com música clássica. Melhor sorte tem Dante, sempre dá umas voltas pelo Inferno…
1 comentário:
Excelente aquisição, caro Professor. Vasco da Graça Moura fez uma das mais cuidadas e mais brilhantes traduções de Dante.
E o que Dante relata, logo nas primeiras rimas do Inferno
"Nel mezzo del cammin di nostra vita
Mi ritrovai per una selva oscura
Ché la diritta via era smarrita..."
não é um pouco do que acontece com qualquer um de nós?
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