A terapêutica génica é altamente promissora para resolver muitos problemas de saúde. Os animais começam a ser utilizados como verdadeiras e eficientes fábricas de produtos complexos. Modifica-se a estrutura genética dos mesmos "obrigando-os" a produzir certos produtos, através, por exemplo, do leite ou, como foi recentemente noticiado, de ovos obtidos de galinhas. Para o efeito são introduzidos genes humanos responsáveis pela produção do produto. E funciona mesmo. Deste modo começam a ser produzidas galinhas transgénicas ao serviço da humanidade.
A par deste fenómeno, outros, muito mais complexos, e polémicos, têm sido objecto, desde há longos anos, de estudo e debate. É o caso da genética comportamental, que procura encontrar nos genes parte da explicação de muitas atitudes sociais. São estudos complexos, mas mesmo assim não deixam de apontar para um papel nada discipiendo. Claro que a interacção com o ambiente é determinante, nomeadamente a socialização nas primeiras fases da nossa existência. Podíamos ilustrar esta afirmação através de expressões interessante tais como: "quem sai aos seus não degenera", "filho de gato mata rato" ou “filho de arisco nasce matreiro”, etc.
É óbvio a dificuldade em separar o que é herdado e o que é adquirido e qual a interacção dos dois, mas, sem sombra de dúvida, os factores genéticos exercem um efeito muito interessante.
Sabemos, hoje, que certos genes, através dos seus produtos, proteínas, podem condicionar o tipo de resposta a diversas agressões ambientais, por exemplo, excesso de stress ou traumas diversos, não produzindo certas substâncias protectoras e, consequentemente, desencadear depressões.
Agora, na sequência de novos estudos de genética comportamental, procura-se saber qual o papel nas opções ideológicas políticas. Realmente, em todas as sociedades, e em todos os tempos, a "amplitude" ideológica é uma constante. O papel da socialização política é indiscutível, mas não chega para explicar o fenómeno. A variabilidade é generalizada e deve ter tido um papel muito positivo em termos evolutivos. É lógico que não existem genes do partido A, B ou C. O que existe são predisposições que na interacção com os ambientes familiar e social condicionam determinadas opções e atitudes. Os estudos nestas matérias são curiosos, promissores e deverão ser levados em linha de conta, ao contribuírem para a explicação de certas atitudes, amenizando determinados combates políticos, respeitando as diferenças e permitir obter os melhores resultados para o desenvolvimento a vários níveis, além de promover a tolerância tão arredia das nossas vidas.
Feitos estes comentários, poderão perguntar "mas que raio têm as galinhas a ver com isto"? Provavelmente nada! A não ser que algum abelhudo se lembre de querer identificar os genes de "esquerda" ou de "direita" nos seres humanos e acabe por inseri-los nos genomas dos galináceos. Então, as galinhas, já por si meio doidas, passariam a andar nas capoeiras num frenesim indescritível, umas atacando à "esquerda" e outras à "direita". E o galo? Em condições normais já deve sentir-se mais do que aflito para “galar” todo aquele pessoal. Com a introdução das diferenças "políticas" o problema complicar-se-ia. Também estou convicto que as suas opções génico-políticas seriam irrelevantes face ao seu papel. Qual política, qual quê! Também não ficaria admirado que alguns fundamentalistas, na altura da compra dos ovos, seriam capazes de perguntar: - Desculpe, mas estes ovos são provenientes de galinhas de "esquerda" ou de "direita"? – Sabe, é por causa da minha alergia!
A par deste fenómeno, outros, muito mais complexos, e polémicos, têm sido objecto, desde há longos anos, de estudo e debate. É o caso da genética comportamental, que procura encontrar nos genes parte da explicação de muitas atitudes sociais. São estudos complexos, mas mesmo assim não deixam de apontar para um papel nada discipiendo. Claro que a interacção com o ambiente é determinante, nomeadamente a socialização nas primeiras fases da nossa existência. Podíamos ilustrar esta afirmação através de expressões interessante tais como: "quem sai aos seus não degenera", "filho de gato mata rato" ou “filho de arisco nasce matreiro”, etc.
É óbvio a dificuldade em separar o que é herdado e o que é adquirido e qual a interacção dos dois, mas, sem sombra de dúvida, os factores genéticos exercem um efeito muito interessante.
Sabemos, hoje, que certos genes, através dos seus produtos, proteínas, podem condicionar o tipo de resposta a diversas agressões ambientais, por exemplo, excesso de stress ou traumas diversos, não produzindo certas substâncias protectoras e, consequentemente, desencadear depressões.
Agora, na sequência de novos estudos de genética comportamental, procura-se saber qual o papel nas opções ideológicas políticas. Realmente, em todas as sociedades, e em todos os tempos, a "amplitude" ideológica é uma constante. O papel da socialização política é indiscutível, mas não chega para explicar o fenómeno. A variabilidade é generalizada e deve ter tido um papel muito positivo em termos evolutivos. É lógico que não existem genes do partido A, B ou C. O que existe são predisposições que na interacção com os ambientes familiar e social condicionam determinadas opções e atitudes. Os estudos nestas matérias são curiosos, promissores e deverão ser levados em linha de conta, ao contribuírem para a explicação de certas atitudes, amenizando determinados combates políticos, respeitando as diferenças e permitir obter os melhores resultados para o desenvolvimento a vários níveis, além de promover a tolerância tão arredia das nossas vidas.
Feitos estes comentários, poderão perguntar "mas que raio têm as galinhas a ver com isto"? Provavelmente nada! A não ser que algum abelhudo se lembre de querer identificar os genes de "esquerda" ou de "direita" nos seres humanos e acabe por inseri-los nos genomas dos galináceos. Então, as galinhas, já por si meio doidas, passariam a andar nas capoeiras num frenesim indescritível, umas atacando à "esquerda" e outras à "direita". E o galo? Em condições normais já deve sentir-se mais do que aflito para “galar” todo aquele pessoal. Com a introdução das diferenças "políticas" o problema complicar-se-ia. Também estou convicto que as suas opções génico-políticas seriam irrelevantes face ao seu papel. Qual política, qual quê! Também não ficaria admirado que alguns fundamentalistas, na altura da compra dos ovos, seriam capazes de perguntar: - Desculpe, mas estes ovos são provenientes de galinhas de "esquerda" ou de "direita"? – Sabe, é por causa da minha alergia!
2 comentários:
Por outro lado, a descoberta do gene podia ajudar à cura de galinhas que tivessem problemas em cacarejar...
Não conheço nenhuma!
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