Certas situações são muito incómodas e, não obstante a frequência com que ocorrem, não vejo modos de uma pessoa se adaptar.
Há alguns anos um vizinho adoeceu gravemente. Tratei de o encaminhar para o serviço mais adequado de forma a começar a terapêutica. Fiquei surpreendido com o facto de não a ter iniciado. Durante anos o senhor manteve aquele ar doentio e, apesar de saber que andava em consultas no hospital, dizia que afinal não precisava do tal tratamento. Até que, um dia, entrou num estado tal que o obrigou a começar o que devia ter iniciado há muitos anos. Acabei por saber que recusava sistematicamente o tratamento e que, concomitantemente, se deslocava longe do seu local para fazer tratamentos "naturais".
Não querendo por em causa as opções de cada um, mesmo falando de situações graves, não posso deixar de lamentar os serviços prestados pelas ditas "medicinas" alternativas. Muitos adeptos são capazes de testemunhar os efeitos benéficos e milagrosos destas práticas, apesar da ausência de evidências científicas. Também sabemos que o medicamento mais poderoso, em termos humanos (a homeopatia veterinária não funciona, apesar de alguns esforços em provar o contrário), é o placebo. Mesmo na medicina, dita convencional, o efeito placebo está sempre presente e de que maneira! Quantas vezes utilizamos produtos cuja eficácia é duvidosa ou, não o sendo, em doses muito aquém do recomendado, com aquela finalidade? Incontáveis! No entanto, as "alternativas" encerram uma atitude bastante curiosa. Passo a explicar: se houver sucesso, os louros são da medicina alternativa, e os seus cultores cantam hossanas a quem os livrou de tamanhos males que a medicina não conseguiu tratar. Em contrapartida, caso de insucesso, a culpa não é do tratamento. Qual quê! É do doente, por este ou aquele motivo. Ou seja, deixam sempre no ar que, no caso de malogro, o doente poderia ter feito mais e melhor. Simplesmente notável! Se analisarmos os casos de negligência ou pedidos de responsabilidade aos autores de tamanhos disparates o que é que acontece? Nada! Ninguém é acusado.
Claro que no meio de tudo isto aparecem, também, alguns curiosos cujo enquadramento é muito difícil de fazer, em termos de “prática clínica”! Os chamados “médicos populares” conseguem lembrar-se de coisas que nem o diabo é capaz e que lhes pode sair caro. Que me lembre só um tolo de uma ilha açoriana, que fazia terapêuticas com pesticidas para o tratamento do cancro, é que foi condenado. E logo pesticidas que são substâncias que actuam mesmo! Se tivesse feito diluições homeopáticas não teria tido, provavelmente, problemas. Mas não, pensou que quanto mais concentrado melhor. Se mata a bicheza também mata o “bicho”! Mais valia ter utilizado urina de rapariga virgem (mesmo que não fosse)!
Na medicina convencional, os casos de sucesso são, para grande parte dos doentes, devidos às terapêuticas, e a Deus (não esquecer este pequeno grande pormenor), ao passo que, para alguns, e são cada vez mais, o insucesso é devido à falha e "negligência" dos profissionais de saúde ou ao não desenvolvimento da medicina. - Então, senhor doutor, a medicina ainda não descobriu a cura para esta doença? Afinal não está tão desenvolvida como isso! É uma pergunta-comentário que frequentemente ouvimos como que a desdenhar das limitações médicas, apesar do tremendo desenvolvimento que protagonizou no último século.
Eles vão e, muitos, regressam em condições lamentáveis, mas regressam, sendo recebidos sem qualquer recriminação, embora tarde, muito tarde mesmo, morrendo nas nossas mãos, porque têm de morrer às mãos de alguém...
Há alguns anos um vizinho adoeceu gravemente. Tratei de o encaminhar para o serviço mais adequado de forma a começar a terapêutica. Fiquei surpreendido com o facto de não a ter iniciado. Durante anos o senhor manteve aquele ar doentio e, apesar de saber que andava em consultas no hospital, dizia que afinal não precisava do tal tratamento. Até que, um dia, entrou num estado tal que o obrigou a começar o que devia ter iniciado há muitos anos. Acabei por saber que recusava sistematicamente o tratamento e que, concomitantemente, se deslocava longe do seu local para fazer tratamentos "naturais".
Não querendo por em causa as opções de cada um, mesmo falando de situações graves, não posso deixar de lamentar os serviços prestados pelas ditas "medicinas" alternativas. Muitos adeptos são capazes de testemunhar os efeitos benéficos e milagrosos destas práticas, apesar da ausência de evidências científicas. Também sabemos que o medicamento mais poderoso, em termos humanos (a homeopatia veterinária não funciona, apesar de alguns esforços em provar o contrário), é o placebo. Mesmo na medicina, dita convencional, o efeito placebo está sempre presente e de que maneira! Quantas vezes utilizamos produtos cuja eficácia é duvidosa ou, não o sendo, em doses muito aquém do recomendado, com aquela finalidade? Incontáveis! No entanto, as "alternativas" encerram uma atitude bastante curiosa. Passo a explicar: se houver sucesso, os louros são da medicina alternativa, e os seus cultores cantam hossanas a quem os livrou de tamanhos males que a medicina não conseguiu tratar. Em contrapartida, caso de insucesso, a culpa não é do tratamento. Qual quê! É do doente, por este ou aquele motivo. Ou seja, deixam sempre no ar que, no caso de malogro, o doente poderia ter feito mais e melhor. Simplesmente notável! Se analisarmos os casos de negligência ou pedidos de responsabilidade aos autores de tamanhos disparates o que é que acontece? Nada! Ninguém é acusado.
Claro que no meio de tudo isto aparecem, também, alguns curiosos cujo enquadramento é muito difícil de fazer, em termos de “prática clínica”! Os chamados “médicos populares” conseguem lembrar-se de coisas que nem o diabo é capaz e que lhes pode sair caro. Que me lembre só um tolo de uma ilha açoriana, que fazia terapêuticas com pesticidas para o tratamento do cancro, é que foi condenado. E logo pesticidas que são substâncias que actuam mesmo! Se tivesse feito diluições homeopáticas não teria tido, provavelmente, problemas. Mas não, pensou que quanto mais concentrado melhor. Se mata a bicheza também mata o “bicho”! Mais valia ter utilizado urina de rapariga virgem (mesmo que não fosse)!
Na medicina convencional, os casos de sucesso são, para grande parte dos doentes, devidos às terapêuticas, e a Deus (não esquecer este pequeno grande pormenor), ao passo que, para alguns, e são cada vez mais, o insucesso é devido à falha e "negligência" dos profissionais de saúde ou ao não desenvolvimento da medicina. - Então, senhor doutor, a medicina ainda não descobriu a cura para esta doença? Afinal não está tão desenvolvida como isso! É uma pergunta-comentário que frequentemente ouvimos como que a desdenhar das limitações médicas, apesar do tremendo desenvolvimento que protagonizou no último século.
Eles vão e, muitos, regressam em condições lamentáveis, mas regressam, sendo recebidos sem qualquer recriminação, embora tarde, muito tarde mesmo, morrendo nas nossas mãos, porque têm de morrer às mãos de alguém...
2 comentários:
Caro prof:
E tanto disso se deve ao generoso, esclarecido e visionário Padre Fontes, lá de cima, do Alto Tamega, mais exactamente de Vilar de Perdizes!
O Sr Ministro da Saude que afirma que 2007 será uma ano dos diabos, (adaptação livre, da minha autoria!) às tantas tb vai ao Congresso do padre Fontes!
Uma estátua e hossanas ao tal Padre Fontes, que tão bem vai cumprindo a sua missão na Terra, antes de descer aos Infernos, que ao que ouço dizer, se enxerga, em certas noite, lá por Vilar de Perdizes, entre "medicos" alternativos, alternadeiras, bruxos, videntes, endireitas, e especialistas em "ervas"! E aos OCS que todos os anos cobrem jornalisticamente com grande pompa e circunstancia tais ecventos. E onde o Padre Fontes deita "faladura" agora que abandonou a prática do contrabando local!
Somos um país europeu, em vias de desenvovlvimento!
Enviar um comentário