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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Intervalo!...

As manas Carolina e Ana Maria Salgado, antes tão ligadas, desentenderam-se. E cada uma descreve os mesmos factos de forma diferente. O assunto pelos vistos é transcendente e volta a ocupar, a letras grossas, as primeiras páginas dos jornais. Mesmo dos ditos de referência.
Como sempre, muita imprensa e muitos jornalistas, às claras ou de forma mais obscura e velhaca, já escolheram. A mana pura é a Carolina e a sua versão a verdadeira; a mana pérfida é Ana Maria e a sua versão obviamente falsa. A primeira é credível, a segunda oportunista; a primeira fonte jorra água límpida e cristalina; a segunda não é mais que um chafurdo.
Um episódio sem importância de maior, se não constuísse um exemplo acabado do rigor que muita da nossa comunicação social empresta a outros factos, esses verdeiramente relevantes.

7 comentários:

Tonibler disse...

Não foi exactamente a imprensa que diferenciou as manas. O ministério público, repleto de mouros inimigos dos feitos do FCP em particular e das gentes da invicta em geral, tomou uma como testemunha e processou a outra.

Anthrax disse...

É... eu não sei se já repararam mas, o M.P está a passar por parvo cá com uma pinta!

É hilariante. :)

Rui Fonseca disse...

Meu Caro Pinho Cardão,

Leio o teu indignado texto e percebo que, também tu, neste caso, tomas partido, pela mana Ana, se bem te entendo.

Ainda que isso te pareça do outro mundo, confesso-te, Pinho Cardão, que não sei bem quem é uma nem outra. Sei vagamente que uma foi primeira dama do teu clube e a mana foi, portanto, mana da primeira dama.Agora só mana. Má mana, se bem percebo.

Tudo isto, para te dizer que discordo completamente da tua indignação. Pelas razões que a seguir elenco:

primeira - O futebol profissional é um negócio. Espero que concordes com este ponto.

segunda - os media (imprensa, rádio, televisão) são negócios. Alguns estão ainda (mal) na posse do Estado mas têm de ser geridos como tal, uma vez que são participantes do mercado.

terceira - que os dirigentes do futebol tentem realizar, por todos os meios que a lei lhes consente, as acções que permitam ganhar os jogos, e o campeonato, se possível, compreende-se.Inclusivé oferecendo companhias femininas aos árbitros.Se é ou não eticamente ou legalmente reprovável, não me pronuncio. O que sei é que as questões desportivas que não interfiram com interesses de terceiros deveriam ser decididas no seio das associações. O Estado deveria abster-se de interferir do mesmo modo que não deve interferir na vida das empresas em geral.

quarta - que os jornais tentem maximizar os seus resultados, é, mais do que natural, imperioso;

quinta - que as senhoras que dormem com os senhores venham para a praça pública dar conta das suas manobras entre lençóis, não está proibido, salvo melhor opinião;

sexta - que o público pague para ler os relatos escabrosos das senhoras e das irmãs delas, não tenho nada com isso. Nem leio nem nego a ninguém o direito de escrever, de publicar e de ler. De fazer filme até.

Só me indigno é se, de forma directa ou indirecta, me estão indo ao bolso.

E num aspecto estão: O processo do apito dourado já nos custou milhões. Quanto pagam os acusadores, se o são sem fundamento, ou os réus se o são confirmadamente?

Alguém sabe?

Porque bulas, meu Caro Pinho Cardão, tenho de pagar para uma telenovela que não vejo?

Era neste plano que eu gostaria de ver discutidos estes e outros assuntos afins.

Quanto ao resto são negócios em que não participo. Os sócios que paguem as quecas! Dos presidentes, dos árbitros, de quem quer que seja.

Bartolomeu disse...

Os senhores desculpem, será que ainda ninguem reparou que as manas têm papá? E que o distinto senhor, deu uma entrevista exclusiva a um canal de televisão? E que entre requebros denunciadores do tremendo desespero que o aflige, lá foi dizendo que uma filhinha é louca e que a outra é assim-assim? Falta saber quanto é que o beatifico papá receu por tão pungente entrevista e se recebeu, se está a pensar numa fundação que proteja os papás vítimas da gula filial.
Cala-te boca, mas a história já fede, e ganha contornos de negócio famíliar. Ainda vamos assistir um dia destes ao papagaio da família a dar uma entrevista exclusiva, onde põe tudo em pratos limpos.

Pinho Cardão disse...

Caro Rui:
Enganas-te. Não tomo partido por nenhuma. Alguns jornais e comentaristas é que já tomaram!...
eles lá sabem porquê. Mas deste algumas boas pistas. E o caro Bartolomeu também!...

Suzana Toscano disse...

Caro Pinho Cardão, como sabe,não percebo mesmo nada de futebol nem dos seus complicadissimos enredos. Mas tenho visto a saga da família Salgado, antes gémeas inseparáveis, agora inimigas para todo o sempre, e concordo com o Rui Fonseca, este processo do Apito já nos custou muitos milhões e não se vê fim à novela. De facto, é uma novela no seu melhor estilo, em que a história começa de uma maneira e ao fim de uns meses já entraram tantos personagens e já se meteram tantas peripécias que já ninguém se lembra de como é que tudo começou... Como é que só descobriram agora a gémea e o lúcido progenitor sobre o calibre das suas descendentes? Parece que vai dar um filme com várias versões.

Pinho Cardão disse...

Cara Suzana:
Custou, custa e custará milhões em pura perda.Uma questão de mais ou menos pontapé na bola transforma-se numa questão nacional, com intervenção directa do Procurador, equipas de investigação especiais, aberturas, fechos e reaberturas de processos, dezenas de milhares de horas de escutas telefónicas, aberturas e fechos de telejornais, primeiras páginas de jornais, etc, etc....Ainda hoje ouvi que um dos intervenientes é "acusado" de 140 crimes, género alterar em mais ou menos umas centésimas a classificação de um árbitro, que, em vez de ser o 26º passou a 27º ou 25º ou coisa do género.
Ao não deixar esses assuntos para o pessoal da bola, parece que a justiça ainda pensa pior do que os jogadores com os pés!...