Bem sei que os povos não são gratos nem sabem pedir desculpa. Mas cada um de nós pode e deve homenagear quem merece. Nesta hora, vale a pena recordar quem, mais do que coerente, sempre soube ser consequente, revelando patriotismo. Do verdadeiro.
Num tempo em que a seriedade e a competência são desvalorizadas, lembrar Manuela Ferreira Leite é reconhecer-lhe essas qualidades e destacar princípios e valores que precisamos de recuperar.
Obrigado por ... ter integrado o fundo de pensões da CGD para esconder o défice? ter feito "repos" de dívidas fiscais incobráveis para empolar receitas? Ter assinado a compra dos submarinos?
Não exageremos. Não passemos "melhor que" para "bom".
Fez isso e muito mais. E explicou porque o fez. Nunca o escondeu. Eu ouvi a senhora várias vezes e fiquei, não com a impressão de que queria enganar o próximo, mas, convicto de que estava perante alguém honesto e que queria, na altura, resolver os problemas, nomeadamente o tão famigerado défice, muito apertado, e que tinha de ser cumprido com as regras de então, muito diferentes das que foram adotadas posteriormente. "Melhor do que", sem dúvida. Ao menos diga "Muito melhor do que". Um qualificativo que está à sua altura, sua, Tonibler, claro.
Todos temos as nossas razões para fazer o que fazemos e nem eu consigo achar que o actual ministro das finanças é um completo vigarista, também ele deve ter os seus motivos. Infelizmente, vai dar tudo ao mesmo e na conta que tenho para pagar estão lá os dois.
A questão não é ser mais ou menos vigarista. Se diz que qualquer um tem as suas razões, então o que fazer? De acordo com o seu raciocíno vai-nos cair em cima sempre "um" ou "uma" que irá fazer as "coisas" porque têm lá as suas "razões". E razões não faltam, mesmo que sejam à borla...
Bom... também temos de considerar a questão do pagamento por conta... que foi uma espécie do principio do fim das PME (estou a generalizar, é só para ser tortinha).
Mas agora, lá que a suspensão da democracia por 6 meses teria sido uma boa ideia, até admito que teria.
No seu todo, penso que é uma mulher com tudo no sítio.
Pedir desculpas?! Não vejo motivos para isso. Quanto ao agradecer só agradece quem se sente obrigado a tal, e, como somos todos, ainda, felizmente,livres, cada um faz o que entender.
Caro Tonibler, A pergunta a que gostaria que respondesse directa e claramente é a seguinte: está mesmo convencido de que estaríamos exactamente na situação que estamos se desde há um ano e meio o governo fosse de Manuela Ferreira Leite e não de José Sócrates? Se acha que sim, percebo a sua reacção, se acha que não, não percebo. henrique pereira dos santos
Meu caro Carlos Monteiro, seja bem reaparecido, assim com Henrique Pereira dos Santos. A observação do cmonteiro desvia-se do padrão dos seus comentários. Nunca por aqui se procurou unanimidades e sempre se estimulou a polemica saudável. Mas se reparar no título da nota percebera que é a MINHA opinião, não a apresentei como universal. Devo aliás confessar que só hoje a tenho por clara. E tenho pena que MFL não tenha tido a capacidade de comunicar com o eleitor no momento para mim crucial que foi o ultimo acto legislativo para o Parlamento. Nem todos perfilham da opinião expressa no post o que é normal. Mas a divergência de Tonibler não é aceitável porque julgo saber qual a resposta que Tonibler dará à questão que HPS lhe colocou.
Manuela Ferreira Leite deu uma contribuição notável ao país. Falando verdade. Foi torpedeada por Jorge Sampaio,Presidente da República, com a frase assassina de que " há mais vida para além do défice". Foi torpeada ela, e todos nós, pelos efeitos nocivos da frase do Presidente. Os efeitos dessa doutrina estão à vista. E Jorge Sampaio ainda aparece a dar conselhos sobre como ultrapassar a situação... Cómico!...
O post era sobre a falta de gratidão do povo e as desculpas que eram supostamente devidas a MFL. Como me gosto de incluir no povo, respondi que não achava que tivesse que agradecer pelos pensionistas da CGD, pelos juros do repo de incobráveis, nem pelos submarinos. Nem me parece que tenha que pedir desculpa pelos encargos que isso me traz a mim e não a ela, até porque o contribuinte líquido disto, sou eu. Não entendo porque se mostram surpreendidos com as expressões "agradecimento" ou "desculpa", uma vez que eram exactamente disso que o post tratava, que a sua opinião, caro JMFA, é que "eu" sou ingrato e deveria pedir desculpa.
Caro Henrique Pereira dos Santos,
Seguindo na resposta, não, não acho que fosse a mesma situação. Mas não acredito que fosse substancialmente diferente, uma vez que, ao contrário do que é dito aqui acerca da frase do Sampaio, ela não teve qualquer importância prática. Recordo que a MFL congelou tudo o que havia para congelar na administração pública e, no fim do ano, os custos com pessoal subiram 4.8% (se bem me lembro) e a despesa pública foi por aí acima. Se me perguntar "acredita que se MFL fosse a ministra das finanças teríamos sido apanhados a mentir ao Eurostat como aconteceu com o Teixeira dos Santos?" que resposta poderia eu dar, atendendo aos casos que disse acima? Não era a situação orçamental grave no governo Barroso e não comprámos submarinos, andámos a gastar balúrdios em estudos de OTA's e TGV's e paridas do género?
Parece-me que essa pergunta está algo invertida pelo que me deixe devolve-la. Face ao historial de artimanhas contabilísticas em que MFL foi protagonista, porque é que a situação seria diferente?
Certo, caro Tonibler. O seu último comentário corresponde ao que eu pensava ser a sua convicção. O meu Amigo já nos habituou ao saudável desconcerto do silogismo ilógico. As suas premissas raramente levam à conclusão. Não tome isto como censura. Bem ao invés. É uma técnica que tem a virtude de chamar a atenção para a conclusão, quase sempre acertada.
Deixe-me somente voltar a sublinhar que não defendi que o Povo devia pedir desculpa ou mostrar-se arrependido no sentido de cada um de nós se dever penitenciar em não ter colocado MFL onde merecia. Quis somente significar que não existem arrependimentos colectivos, o que não impede que cada um reconheça a injustiça. Uns, mais qualificadamente que outros. Áqueles aplica-se o velho e sábio provérbio "atrás de mim virá quem justiça me fará". Penso sinceramente que MFL pode legitimamente declinar, vezes sem conta, esse provérbio. Malgré tout.
21 comentários:
Apoiado !!!
Apoiado, bis.
Num tempo em que a seriedade e a competência são desvalorizadas, lembrar Manuela Ferreira Leite é reconhecer-lhe essas qualidades e destacar princípios e valores que precisamos de recuperar.
Subscrevo com MUITO, MUITO gosto. Mais que justo, este reconhecimento.
Obrigado por ... ter integrado o fundo de pensões da CGD para esconder o défice? ter feito "repos" de dívidas fiscais incobráveis para empolar receitas? Ter assinado a compra dos submarinos?
Não exageremos. Não passemos "melhor que" para "bom".
Tonibler
Fez isso e muito mais. E explicou porque o fez. Nunca o escondeu. Eu ouvi a senhora várias vezes e fiquei, não com a impressão de que queria enganar o próximo, mas, convicto de que estava perante alguém honesto e que queria, na altura, resolver os problemas, nomeadamente o tão famigerado défice, muito apertado, e que tinha de ser cumprido com as regras de então, muito diferentes das que foram adotadas posteriormente. "Melhor do que", sem dúvida. Ao menos diga "Muito melhor do que". Um qualificativo que está à sua altura, sua, Tonibler, claro.
Caro Prof.,
Todos temos as nossas razões para fazer o que fazemos e nem eu consigo achar que o actual ministro das finanças é um completo vigarista, também ele deve ter os seus motivos. Infelizmente, vai dar tudo ao mesmo e na conta que tenho para pagar estão lá os dois.
Apoiado!
Uma Senhora, e Portuguesa. Uma pérola, na pocilga.
Tonibler
A questão não é ser mais ou menos vigarista. Se diz que qualquer um tem as suas razões, então o que fazer? De acordo com o seu raciocíno vai-nos cair em cima sempre "um" ou "uma" que irá fazer as "coisas" porque têm lá as suas "razões". E razões não faltam, mesmo que sejam à borla...
Bom... também temos de considerar a questão do pagamento por conta... que foi uma espécie do principio do fim das PME (estou a generalizar, é só para ser tortinha).
Mas agora, lá que a suspensão da democracia por 6 meses teria sido uma boa ideia, até admito que teria.
No seu todo, penso que é uma mulher com tudo no sítio.
Então, caro prof, compreenderá que ache exagerado ter que pedir desculpas à senhora ou, sequer, agradecer-lhe.
Onde esteve Tonibler na ultima campanha eleitoral para as legislativas?
Tonibler
Pedir desculpas?! Não vejo motivos para isso. Quanto ao agradecer só agradece quem se sente obrigado a tal, e, como somos todos, ainda, felizmente,livres, cada um faz o que entender.
Eu acho que os meus caros já sabiam que o post não seria consensual...
Caro Tonibler,
A pergunta a que gostaria que respondesse directa e claramente é a seguinte: está mesmo convencido de que estaríamos exactamente na situação que estamos se desde há um ano e meio o governo fosse de Manuela Ferreira Leite e não de José Sócrates? Se acha que sim, percebo a sua reacção, se acha que não, não percebo.
henrique pereira dos santos
Meu caro Carlos Monteiro, seja bem reaparecido, assim com Henrique Pereira dos Santos.
A observação do cmonteiro desvia-se do padrão dos seus comentários. Nunca por aqui se procurou unanimidades e sempre se estimulou a polemica saudável. Mas se reparar no título da nota percebera que é a MINHA opinião, não a apresentei como universal. Devo aliás confessar que só hoje a tenho por clara. E tenho pena que MFL não tenha tido a capacidade de comunicar com o eleitor no momento para mim crucial que foi o ultimo acto legislativo para o Parlamento.
Nem todos perfilham da opinião expressa no post o que é normal. Mas a divergência de Tonibler não é aceitável porque julgo saber qual a resposta que Tonibler dará à questão que HPS lhe colocou.
Manuela Ferreira Leite deu uma contribuição notável ao país. Falando verdade.
Foi torpedeada por Jorge Sampaio,Presidente da República, com a frase assassina de que " há mais vida para além do défice". Foi torpeada ela, e todos nós, pelos efeitos nocivos da frase do Presidente. Os efeitos dessa doutrina estão à vista. E Jorge Sampaio ainda aparece a dar conselhos sobre como ultrapassar a situação...
Cómico!...
Caros Prof. e JMFA,
O post era sobre a falta de gratidão do povo e as desculpas que eram supostamente devidas a MFL. Como me gosto de incluir no povo, respondi que não achava que tivesse que agradecer pelos pensionistas da CGD, pelos juros do repo de incobráveis, nem pelos submarinos. Nem me parece que tenha que pedir desculpa pelos encargos que isso me traz a mim e não a ela, até porque o contribuinte líquido disto, sou eu.
Não entendo porque se mostram surpreendidos com as expressões "agradecimento" ou "desculpa", uma vez que eram exactamente disso que o post tratava, que a sua opinião, caro JMFA, é que "eu" sou ingrato e deveria pedir desculpa.
Caro Henrique Pereira dos Santos,
Seguindo na resposta, não, não acho que fosse a mesma situação. Mas não acredito que fosse substancialmente diferente, uma vez que, ao contrário do que é dito aqui acerca da frase do Sampaio, ela não teve qualquer importância prática. Recordo que a MFL congelou tudo o que havia para congelar na administração pública e, no fim do ano, os custos com pessoal subiram 4.8% (se bem me lembro) e a despesa pública foi por aí acima. Se me perguntar "acredita que se MFL fosse a ministra das finanças teríamos sido apanhados a mentir ao Eurostat como aconteceu com o Teixeira dos Santos?" que resposta poderia eu dar, atendendo aos casos que disse acima? Não era a situação orçamental grave no governo Barroso e não comprámos submarinos, andámos a gastar balúrdios em estudos de OTA's e TGV's e paridas do género?
Parece-me que essa pergunta está algo invertida pelo que me deixe devolve-la. Face ao historial de artimanhas contabilísticas em que MFL foi protagonista, porque é que a situação seria diferente?
Faltou-me terminar a dizer: eu votaria na MFL para primeiro-ministro, desde que não levasse o PSD atrás.
Certo, caro Tonibler. O seu último comentário corresponde ao que eu pensava ser a sua convicção.
O meu Amigo já nos habituou ao saudável desconcerto do silogismo ilógico. As suas premissas raramente levam à conclusão. Não tome isto como censura. Bem ao invés. É uma técnica que tem a virtude de chamar a atenção para a conclusão, quase sempre acertada.
Deixe-me somente voltar a sublinhar que não defendi que o Povo devia pedir desculpa ou mostrar-se arrependido no sentido de cada um de nós se dever penitenciar em não ter colocado MFL onde merecia. Quis somente significar que não existem arrependimentos colectivos, o que não impede que cada um reconheça a injustiça. Uns, mais qualificadamente que outros. Áqueles aplica-se o velho e sábio provérbio "atrás de mim virá quem justiça me fará". Penso sinceramente que MFL pode legitimamente declinar, vezes sem conta, esse provérbio. Malgré tout.
Enviar um comentário