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quinta-feira, 3 de março de 2011

O insustentável valor das notas governativas

Depois do Expresso do dia 19 de Fevereiro, foi agora o DN o jornal utilizado pelo Governo para dar conta do enorme "êxito" da execução orçamental do mês de Fevereiro. E se em Janeiro o “êxito” tinha sido a “diminuição” do défice, escondendo-se o aumento da Despesa Pública, que só depois veio a lume, hoje é a diminuição da Despesa o facto saliente.
O “êxito” de 19 de Fevereiro foi tão ilusório que ontem Sócrates e Teixeira dos Santos, a uma só voz, vieram anunciar a possibilidade de mais medidas restritivas. O que desmente que eles próprios alguma vez tivessem acreditado no "êxito" de Janeiro. Acreditaram apenas na propaganda.
Tal como no dia 19, hoje também não foi explicado onde e como a despesa diminuiu. Nem podia, porquanto a Direcção Geral do Orçamento só depois do dia 20 de cada mês é que tem compilada execução do mês anterior e nem sempre os valores são os definitivos.
E se o “êxito” de Janeiro é uma ilusão, pois a diminuição do défice se ficou a dever ao aumento dos impostos e aos dividendos antecipados contra os quais, aliás, o Governo se insurgiu, logo veremos o real conteúdo do “êxito” de Fevereiro.
Até lá, tem o mesmo valor do de Janeiro. Zero. Só ilusão.
E oxalá me engane.

4 comentários:

Eduardo Freitas disse...

Totalmente de acordo. Pelo saber acumulado da experiência, todo o spin é desencadeado ao sabor das conveniências para enganar o pagode.

Adriano Volframista disse...

Caro Pinho Cardão

"Futebolizámos" o comentário às finanças nacionais.
Assim esqueçemos que, o período a comparar não é 2011 com 2010, mas 2011 com 2008 e, aí, as comparações fiam muito mais fino.
Neste momento o nosso PM já passou de responsável pela situação (quem já se recorda que, nem há seis meses, prometeu que não aumentava os impostos?), para o Nuno Álvares Pereira contra os estranjeiros.
Infelizmente, como já começam a vir a lume, a pressão do "monstro" é muito grande, só os próximos meses vão permitir avaliar se mudou de comportamento ou está, apenas, temporariamente "açaimado".
Cumprimentos
joão

Suzana Toscano disse...

O pressuposto é o de que quem lê as notícias num dia deve apagar logo da memória as do dia anterior, e assim sucessivamente, dá-me ideia de que é uma técnica praticada pelos próprios.

Pinho Cardão disse...

Caro Eduardo F:
De facto, tudo "pour épater le bourgeois"...

Caro João:
Claro. Em 2009, a crise foi um pretexto ideal e de boa desculpa para fazer despesa de modo a ganhar eleições, explorando a boa fé do povo.

Cara Suzana:
Muito bem visto, muito bem visto.