Défice de 2010: 8,6% do PIB
Despesa Pública na banda dos 50% do PIB;
Dívida Pública crescente, acima dos 100% do PIB
Dificuldades de financiamento do Estado e das empresas
Recessão económica
Desemprego: 11,2% (Janeiro de 2011).
Aumento de impostos
Cortes nos salários e nas pensões
Ora aí está a vida para além do défice.
O tal que Sampaio, o Governo de Sócrates e de Teixeira dos Santos e os "grandes economistas" diziam que era virtuoso.
Nota: O Governo caiu. Preocupante é que os "grandes economistas" inevitavelmente todos professores catedrátricos, doutorados e equiparados, vão continuar a ensinar. E preocupante também é que os Professores do Governo vão voltar às Universidades.
21 comentários:
e há a internet também.
Palpita-me, que depois do apelo à transparência e à verdade, dirigido ontem à noite pelo Sr. Presidente da República aos partidos, quando for dado o tiro de partida para a campanha eleitoral, vão aparecer subitamente a discursar, um sem-número de virgens, que ontem eram as mais conhecidas prostitutas cá do reino.
Meu caro Bartolomeu,
Essa será a parte em que ligo os headphones do meu iphone, ponho o volume no máximo, e vou à minha vidinha.
Há vida para além do défice? Sem dúvida que há, mas para isso as pessoas vão ter de se libertar das tormentas que as apoquentam e o caminho não é fácil.
Nós devíamos era pedir a intervenção da Amnistia Internacional e do Tribunal de Haia, não a do FMI ou do Banco Central Europeu. Porque aquilo que os políticos, os economistas e os meios de comunicação social estão a fazer às pessoas é tortura. É terrorismo psicológico.
Anthrax... haverá maior terrorismo que aquele que é praticado por nós todos, quando votamos para eleger o mesmo?!
Caro Pinho Cardão,
Na semana passada li um artigo do Krugman no NYT sobre Portugal e só me lembro de pensar "este tipo nem o 'feeling' da coisa tem...". Deram-lhe uma medalha Nobel e o rapaz não tem a menor percepção dos mecanismos económicos no seu fundamento, porque se tivesse não escreveria tamanha estupidez.
Portanto, o problema não está nos nossos "grandes economistas" (imagino que esteja a separar os macro dos micro), os outros são tão maus como os nossos. O problema é que façamos deles ministros em vez de colunistas de jornal.
PS: Acho que já tivemos esta discussão, mas não existe macro. O que existe é uma carrada de gente que não tendo capacidade para entender a micro...
Caro Tonibler:
1. Há mesmo quem diga que há a micro-economia e a má-economia...
2. Quando falo em "grandes economistas" falo naqueles que todos os dias, e há mais de vinte anos, aparecem a dizer as asneiras que têm suportado as más políticas governamentais, insistindo no efeito desenvolvimentista da despesa pública, mau grado todos os indicadores económicos, e têm levado a uma carga fiscal em termos de paridade de poder ce compra, a maior da Europa, política que só tem trazido crise e desemprego e falta de financiamento da economia. Os resultados estão à vista. No entanto, continuam a ser ouvidos nos jornais, rádios e televisões e a deformar a opinião pública. Apesar de tudo, estão a aparecer alguns outros economistas com conhecimentos, sentido crítico e bom senso, sobretudo oriundos da Nova e da Católica. Tenhamos esperança de que comecem a ser mais ouvidos.
3. Krugman. Também concordo que há coisas no Krugman que me arrepiam. E, quando tem falado de Portugal, talvez por estar longe, não toma em atenção todos os dados relevantes. E diz asneira. Mas, como é "grande economista", toma-se por verdadeiro e certo tudo o que diz.
No entanto, o "keinesianismo" de Krugman vem caindo como mel na mente dos nossos opinion makers que, sem opinião e sentido crítico, apenas reproduzem dizeres alheios.
Caro Anthrax:
Lucidez enorme, quando refere a Amnistia Internacional e do Tribunal de Haia...
Krugman, brrrrr *arrepios*.
Só o nome faz-me lembrar aquele filme do Pesadêlo em Elm Street. Aquele ser grotesco, com unhacas tipo Eduardo mãos de tesoura, que matava o pessoal todo durante o sono.
Mas vá lá que esse até nem me traumatizou muito. Agora, o Exorcista, esse sim... quem é que dizia que eu dormia à noite? Cada vez que fechava os olhos vinha-me à memória a imagem da garota a rodar a cabeça, como se fosse um piriquito. Isso é que foi assustador.
Não admira que tenha ficado assim... em vez de ver a música no coração e o E.T, punha-me a ver aquelas coisas... ninguém fica normal depois disso.
Mas porque é que não dizem logo que o país está falido? Assim acabava-se logo com este toma-lá-dá-cá e passávamos à fase seguinte. É que já começa a ser chato, só falam, falam, falam!
Se falassem menos e fizessem mais, já era um bom começo.
«E preocupante também é que os Professores do Governo vão voltar às Universidades.»
Sim, a Universidade é um dos graves problemas do país e é bom que se fale em voz alta sobre esta questão, não a iludindo no meio das borlas e capelos.
Apesar das aparências, no ramo das
Ciências Sociais, continuamos no regime das sebentas ainda que hoje sob a forma de um manual onde a preocupação principal é veicular uma escola de pensamento, omitindo as que se lhe opõem. O horror em contrastar as escolas existentes na interpretação dos fenómenos é sinal insofismável da própria falência da Universidade.
Mariano Gago não tocou nestas matérias tendo-se refugiando na promoção das estatísticas de doutourandos e de artigos e menções científicas e da percentagem do PIB dedicada, supostamento, à Investigação e Desenvolvimento. Também ele merece nota negativa.
Caro Eduardo F.
Em defesa do Mariano Gago, também ele físico, é natural que se abstenha de tocar nessas matérias. E se tenho várias críticas a fazer-lhe em inúmeros aspectos da sua gestão, algumas fortes, não me admirava que o PSD o convidasse para ministro do seu governo. As críticas que lhe faço estão relacionadas com opções, que dependem da opinião de cada um, não com os objectivos, e devo reconhecer nele como a primeira pessoa que pôs a ciência a mexer. E cientista nenhum com responsabilidades administrativas faria o que está a pedir. Estando no governo ou não.
Caro Pinho Cardão,
Que vão dizer os seus colegas do ISEG...
Camarada Anthrax,
A medalha Nobel do Krugman deve ter-nos feito perder um bilião...
Caro Eduardo F,
Se eu me puser para aqui a falar do método de ensino universitário, aí é que vão chamar o "exorcista". Cada vez que começo a comparar as aulas da Uiversidade de Yale com as as nossas (dentro do mesmo tema é claro), até fico com vontade de chorar.
Camarada Tóni,
Abriu a época de caça, vai fazer-se o quê?
Caro Tonibler:
Pois...os meus colegas do ISEG!...
Acontece que há por lá (e por cá...) muita gente boa.
Mas os que são ouvidos são os keynesianos mais fundamentalistas, enquanto os outros, salvo raras excepções, como o agora Director, são pura e simplesmente ignorados.
Caro Eduardo F. e Caro Tonibler:
Estou muito consigo quanto ao Ministro Mariano Gago. Tem espalhado milhões na chamada investigação tecnológica. Com que resultados? Que novos produtos susceptíveis de serem produzidos e comercializados? Que efeitos na inovação de produtos? Quantas patentes registadas?
Em tudo, praticamente zero. Claro que há uns papers publicados. Mas qual o efeito na economia?
Bem , vou parar, porque, neste momento, já estou a incorrer nas iras do Tonibler!...
Não é exactamente verdade, caro Pinho Cardão. Há uma boa dezena de empresas multinacionais que surgiram como spin off's de organismos de I&D. E I&D é um negócio do estilo 'private equity', há 99 que não funcionam para que 1 resulte.
Fechou o LNETI e outros centros de papers, o financiamento dos projectos é quase todo europeu (daí poder dizer à boca cheia que a ciência não ia ter cortes...), todos os centros de investigação são avaliados fora de Portugal e mantém quase todos os cientistas em contrato precário. Se metade da função pública funcionasse assim tínhamos um superavit de 5%...
Se comparar isto com a bando de pançudos que constituía o "tecido científico português", vai concordar que muito o homem fez. Agora, teve os seus episódios "socialistas" como os MIT's e os Austin's. Isso teve. Mas se o PSD o convidasse a continuar mostrava que estava empenhado na modernização do estado português e não em fazer ocupar um lugar.
Caro Paulo,
Quem paga tem a sua avaliação. A questão é que não é você que paga...
Caro Tonibler:
De facto, estou com o Paulo.
Quanto a mim, eu pago e não avalio. Nem conheço a entidade que avalia. Nem sei se há.
Agora que a dita investigação em Portugal é um grupo poderosíssimo, que consegue verbas crescentes do OE, trabalhando em projectos próprios sem valor acrescentado para a sociedade que lhe paga, salvo raras excepções, lá isso é.
Não apenas na investigação tecnológica, mas também, como diz o Paulo, na investigação das ciências sociais.
Uma investigação à vontade do dono.
Programas doutorais, na área das tecnologias, deveriam ser orientados para projectos específicos empresariais.
Tal como as coisa estão, formam-se Doutores para formar Doutores para tornarem a formar Doutores, ou para concorrer a bolsas pós-Doc financiadas pelo organismo público a isso destinado.
As excepções são isso, excepções.
Caros Pinho Cardão e Paulo,
6,5 milhões de euros. O Cavaco, cuja utilidade é infinitesimal comparada com o total de I&D nacional custa o TRIPLO!!!! E dali sabemos que nunca sairá nada.
Como é óbvio, dos 6,5 milhões mão se investiga nada, isso corresponde à fracção portuguesa do bolo que é maioritariamente europeia. Aquilo que sai do orçamento de estado são os 50% do ordenado dos professores universitários que, administrativamente, têm essa alocação.
Quanto aos atrasos da FCT e os anúncios da semana passada, isso significa que deixou de haver buffers (bancos) entre o dinheiro de Bruxelas e os investigadores...
Caro Tonibler,
Acho que o meu amigo não acerta uma no chorrilho que debitou. Cada cavadela sua minhoca ;)
Compara o orçamento da presidência com o de projectos I&D de 2010, nem mesmo à luminária Defensor de Moura lhe passou pela cabeça. O homem devia tê-lo tido como assessor.
"Como é óbvio, dos 6,5 milhões mão se investiga nada" -- sim que 6.5 milhões são peanuts. Ou mesmo se não se investiga nada, porque razão foi aberto concurso? Verdadeiramente genial!
"isso corresponde à fracção portuguesa do bolo". É falso é o orçamento FEDER. Foram obrigados a dizer pela EU, porque se não nem isso se sabia! Acho que aqui o meu amigo atingiu um nível verdadeiramente Abrantino.
"Aquilo que sai do orçamento de estado são os 50% do ordenado dos professores universitários que, administrativamente, têm essa alocação." Isto está errado, um professor universitário tem várias "alocações administrativas" para usar a sua expressão. A coisa mais próxima será a exclusividade, mas isso são 30% e nem sequer é óbvio que um prof. em exclusividade dedique esses "30%" totalmente à investigação.
"Quanto aos atrasos da FCT e os anúncios da semana passada, isso significa que deixou de haver buffers (bancos) entre o dinheiro de Bruxelas e os investigadores..."
Esta é também genial. Acho que o Sócrates vai usar este argumento nas próximas eleições para funcionários públicos com cortes de 10%, desempregados, PMEs que foram à falência... etc etc
Dirá o Sócrates: "Meus amigos, o hiato entre o passado radiante e o futuro ainda mais radiante que vos espera, segue dentro de momentos porque deixou de haver buffer."
Enfim, no melhor pano cai a nódoa... Hoje o meu amigo merece um desconto "papoila saltitante" ;)
Mas permita-me este comentário -- o meu amigo parece um deslumbrado e um cristão-novo. Onde para o veneno com que nos deliciava nos seus comentários?
Cumprimentos,
Paulo
Caro Paulo,
Vejo que a questão Cavaco como bitola do que é custo estapafúrdio o afectou. Mas, no meio disso tudo, tem alguma coisa que acrescentar àquilo que eu disse? É que está tudo a confirmar...
Os professores de temas sérios têm 50% de alocação do tempo à investigação, se calhar é variável. Como não sou um, não sei...Mas como deve imaginar, para quem faz orçamentos isso é tinto. Se não investigam, isso dá-me razão.
Os atrasos da FCT são um facto. O congelamento dos bancos é oficial desde ontem. Não sei bem o que será genial para si, se calhar estou a exceder as expectativas, mas se ler os jornais pode atingir o mesmo nível de genialidade, certo? :)
É o orçamento que sai do contribuinte, chame-lhe o que quiser. Até pode mandar contabilizar em 2008, pelos vistos pode-se. Claro que não estamos a contabilizar o fantástico investimento feito pela Câmara Municipal da Caldas no design da louça regional. Mas à partida, o grosso do dinheiro que não é despesa ordinária está nesses 6,5 milhões. E sim, é menos de um terço do que nos custa o Cavaco, apesar de estarmos a falar de mais de um milhar de investigadores e pessoas que realmente contribuem para o desenvolvimento do país. O que é sempre uma novidade agradável.
PS: Estou-me nas tintas para partidos, não vale a pena ir por aí. E, vá por onde for, o Cavaco é um peso inútil. Portanto, os 21 milhões de euros que se gasta naquela coisa servirão sempre de bitola.
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