Jornalista: Pensa que esta crise vai ser pior do que as outras?
- Penso, infelizmente sim. E quando ouço os economistas falarem ainda fico espantado. Como é que eles não se aperceberam de que aumentando progressivamente o défice tínhamos uma receita para o desastre?
Jornalista: Afirmou várias vezes que o que de melhor nos aconteceu foi a entrada no euro. Foi uma oportunidade perdida?
- Foi uma oportunidade muito mal aproveitada, mas teria sido muito pior para o país e para os portugueses se não tivéssemos entrado...Prefiro ficar sob o domínio da Europa do que ficar apenas entregue aos jogos políticos portugueses.
Jornalista: Os portugueses são condescendentes?
- Pior, nós admiramos o sucesso do aldrabão. Em Portugal não há censura social para a esperteza saloia nem para a corrupção a que passámos a chamar informalidade. Pelo contrário, admiramos os esquemas, os expedientes. Vivemos deles.
Sobrinho Simões, Prof. Catedrático de Medicina, Prémio Pessoa.
Apenas um comentário a tão notável entrevista. Admira-se Sobrinho Simões que os economistas não tenham percebido que, aumentando o défice, tínhamos uma receita para o desastre. Nada de admirar. Quem suportou a receita do governo foram os "grandes economistas" deste país. Os que a rejeitaram e criticaram eram logo acusados do crime de serem neoliberais.
2 comentários:
Ele há os economistas e há os cainesianos. De notar que a variante tuga destes últimos é das mais gravosas.
Nota: E o PEC 4 não pretendia "abolir" nenhum organismo, muito pelo contrário, ainda se propunham a criar - pelo menos - mais um.
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