Houve tempo em que olhar para o céu, à noite, era sinónimo de um dos espetáculos mais magnificentes a que se pode assistir, o lucilar de milhares de estrelas. Na altura, de joelhos na cama, cotovelos no parapeito da janela de guilhotina, e com as mãos a segurar a cabeça, perdia o meu olhar de águia naquela imensidão. Ensinaram-me que as estrelas não se mexiam, apenas tremeluziam, enquanto os planetas corriam o céu sempre com o mesmo aspeto. – Olha para ali, está a ver? Parece também uma estrela, grande, mas não é. Daqui a pouco já está noutro sítio. É um planeta. Não me disseram como é que se chamava, mas também não me importei. Pus-me a olhar. Demorou muito a mudar de posição. A noção que tinha do tempo em miúdo era muito diferente. Durante as noites de verão, gostava de o procurar. Como nós vivíamos num planeta, não me foi difícil concluir que, também, deveria ser habitado por pessoas. Imaginava meninos às janelas dos seus quartos a espiolharem o céu, tal como eu fazia. Também a Lua me seduzia. Diziam-me que era habitada, e eu acreditava, mas nunca me disseram qual o aspeto dos seus habitantes. Depois cresci, e aprendi que muito dificilmente poderia haver vida igual à que existia no nosso planeta. Mas sempre acreditei que teria de haver vida “lá fora”. Não tinha ainda entrado na adolescência quando comecei a ouvir rádio na expectativa de escutar sinais enviados para o nosso planeta por civilizações extraterrestres, recomendação feita na época! Eu ouvia ruídos, de facto, mas eram os próprios das ondas média e curta, uma espécie de SETI radiofónico!
A procura de vida noutros planetas é uma velha aspiração humana. Há quem não acredite ou não a queira aceitar, porque isso poderia ter um efeito devastador na ordem “humana” de ver as coisas. Ao longo da existência já ocorreram situações que acabaram por demolir conceitos e certezas absolutas, bases de estruturas e de domínios sociais, políticos e religiosos que não deixaram saudades. Se fosse possível demonstrar a existência de vida fora deste planeta, e se parte dela correspondesse a vida “inteligente”, talvez pudéssemos rever muito das nossas características e comportamentos. Teríamos assim o grato prazer de sermos relegados para posições mais secundárias, mais humildes, perdendo muito da arrogância que alardeamos constantemente.
A notícia da publicação de um artigo de um eminente astrobiólogo sobre a existência de fósseis extraterrestres em meteoritos veio, mais uma vez, despertar a atenção para estes problemas. Há poucos anos, um outro estudo pretendeu demonstrar a existência de fósseis de bactérias numa rocha vinda de Marte. O presente artigo está em discussão e apreciação pela comunidade científica internacional. Já começaram a chover as contestações, como seria de esperar. Muitos dos que contestam, não põem em causa a hipótese de que as moléculas de vida possam ter chegado à Terra à boleia, mas sim as evidências científicas do autor do artigo.
A ideia de mundos infinitos em que existiria vida inteligente, como na Terra, não é de agora, Giordano Bruno já a tinha defendido com base nos trabalhos de vários pensadores. Até o próprio Vaticano, ou melhor, o diretor do Observatório Astronómico da cidade estado já afirmou, e mais do que uma vez, estar convencido da existência de vida extraterrestre e que não há qualquer problema de incompatibilidade com a visão terrena da criação do universo. Pelo menos é uma boa notícia, não há riscos de serem acionados quaisquer mecanismos inquisitoriais. Giordano teria agradecido, como é óbvio. O pior é se os tais seres têm visões cosmogónicas diferentes das nossas. Sim, eu sei, estamos muito longe desse momento o que permite folgar as costas de muitos responsáveis, mas que eu gostava de ver, ai isso gostava...
A procura de vida noutros planetas é uma velha aspiração humana. Há quem não acredite ou não a queira aceitar, porque isso poderia ter um efeito devastador na ordem “humana” de ver as coisas. Ao longo da existência já ocorreram situações que acabaram por demolir conceitos e certezas absolutas, bases de estruturas e de domínios sociais, políticos e religiosos que não deixaram saudades. Se fosse possível demonstrar a existência de vida fora deste planeta, e se parte dela correspondesse a vida “inteligente”, talvez pudéssemos rever muito das nossas características e comportamentos. Teríamos assim o grato prazer de sermos relegados para posições mais secundárias, mais humildes, perdendo muito da arrogância que alardeamos constantemente.
A notícia da publicação de um artigo de um eminente astrobiólogo sobre a existência de fósseis extraterrestres em meteoritos veio, mais uma vez, despertar a atenção para estes problemas. Há poucos anos, um outro estudo pretendeu demonstrar a existência de fósseis de bactérias numa rocha vinda de Marte. O presente artigo está em discussão e apreciação pela comunidade científica internacional. Já começaram a chover as contestações, como seria de esperar. Muitos dos que contestam, não põem em causa a hipótese de que as moléculas de vida possam ter chegado à Terra à boleia, mas sim as evidências científicas do autor do artigo.
A ideia de mundos infinitos em que existiria vida inteligente, como na Terra, não é de agora, Giordano Bruno já a tinha defendido com base nos trabalhos de vários pensadores. Até o próprio Vaticano, ou melhor, o diretor do Observatório Astronómico da cidade estado já afirmou, e mais do que uma vez, estar convencido da existência de vida extraterrestre e que não há qualquer problema de incompatibilidade com a visão terrena da criação do universo. Pelo menos é uma boa notícia, não há riscos de serem acionados quaisquer mecanismos inquisitoriais. Giordano teria agradecido, como é óbvio. O pior é se os tais seres têm visões cosmogónicas diferentes das nossas. Sim, eu sei, estamos muito longe desse momento o que permite folgar as costas de muitos responsáveis, mas que eu gostava de ver, ai isso gostava...
2 comentários:
"Eppur si muove!"
Para escrever o seu livro "Segredos de Fátima e Nostradamus" Fina da Armada, historiadora e Investigadora, baseia-se em documentos da época que fazem parte do acervo de algumas bibliotecas, sobretudo sob a tutela da igreja, para concluir, com base nos relatos dos três pastorinhos, que a figura feminina, aparecida na Cova da Iria, tratar-se de uma entidade que viajara de outro Mundo.
Um dos maiores problemas que tem afectado a humanidade ao longo dos séculos e tem impedido que certas evidências se aceitem como naturais, têm sido de ordem oftalmológica e otorinolaringologista.
Ou seja... temos dificulde por vezes, em ver e ouvir o que se nos apresenta e nos rodeia e dificuldade maior em falar abertamente acerca disso...
Mas acho que para as outras gentes, isso lhes é "igual ao litro".
Eu acredito que há vida noutros planetas, já não partilho desse desejo de saber ao certo e muito menos de as conhecer, já é tão difícil entendermo-nos com a nossa diversidade, imagine-se com vidas de outros universos!
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