Está visto que as espantosas taxas de crescimento do países que se perfilam como os novos lideres mundiais têm muitos pés de barro. Assistimos assustados ao rastilho de violência que alastra no Brasil, ouvimos as queixas e ansiedades e impaciências que agitam as populações e duvidamos do caminho certo do progresso que se anunciava com tantas certezas. Oxalá tudo não passe de dores de crescimento e o Brasil possa em breve recuperar a calma e dar confiança aos que exigem partilhar da riqueza que impulsionou tão alto as leituras económicas.
A Turquia, esse gigante às portas da Europa, ocupa agora também um lugar de destaque na colecção de praças célebres onde tantos quiseram ver Primaveras. Não parece um tempo suave, mas oxalá seja mesmo uma estação que leve à bonança, o certo é que talvez estejamos todos a aprender que temos todos que aprender uns com os outros, é cedo para se decretar a decrepitude ou o crepúsculo da Europa e dos modelos de desenvolvimento que sustentaram a sua afirmação, é cedo para olharmos as subidas rápidas do números e concluir que assim vamos ficar para trás. Talvez não, os números, como se vê, escondem muita coisa, podem ser alertas e não sinais verdes, podem parecer progresso mas esse, o verdadeiro, é sentido de formas bem diferentes pelos que habitam as regiões. Dizia-me há dias um cidadão alemão que via com muito agrado os números sobre Portugal, que, apesar do desemprego, estavamos a fazer grandes progressos nas finanças e nas mudanças estruturais, a única coisa que ele não compreendia, dizia ele, é porque é que nós não reagíamos, as pessoas não abrem negócios,não correm riscos,não dinamizam a economia, esse o grande mistério que os números não lhe explicavam. Olhei-o perplexa e perguntei-lhe o que é que ele conhecia de Portugal. Respondeu-me que tinha chegado nesse mesmo dia e partia no dia seguinte, dos números conhecia muito bem o País mas que realmente do nosso "mood" não sabia nada.
Pois é, seja para avaliar o progresso seja para diagnosticar as fraquezas, o "mood" faz muita falta, o que vemos nas televisões são as várias e surpreendentes razões que ditam o estado de alma de cada país.
A Turquia, esse gigante às portas da Europa, ocupa agora também um lugar de destaque na colecção de praças célebres onde tantos quiseram ver Primaveras. Não parece um tempo suave, mas oxalá seja mesmo uma estação que leve à bonança, o certo é que talvez estejamos todos a aprender que temos todos que aprender uns com os outros, é cedo para se decretar a decrepitude ou o crepúsculo da Europa e dos modelos de desenvolvimento que sustentaram a sua afirmação, é cedo para olharmos as subidas rápidas do números e concluir que assim vamos ficar para trás. Talvez não, os números, como se vê, escondem muita coisa, podem ser alertas e não sinais verdes, podem parecer progresso mas esse, o verdadeiro, é sentido de formas bem diferentes pelos que habitam as regiões. Dizia-me há dias um cidadão alemão que via com muito agrado os números sobre Portugal, que, apesar do desemprego, estavamos a fazer grandes progressos nas finanças e nas mudanças estruturais, a única coisa que ele não compreendia, dizia ele, é porque é que nós não reagíamos, as pessoas não abrem negócios,não correm riscos,não dinamizam a economia, esse o grande mistério que os números não lhe explicavam. Olhei-o perplexa e perguntei-lhe o que é que ele conhecia de Portugal. Respondeu-me que tinha chegado nesse mesmo dia e partia no dia seguinte, dos números conhecia muito bem o País mas que realmente do nosso "mood" não sabia nada.
5 comentários:
Bastava ao cidadão alemão, conhecedor dos lusitanos números, decidir abrir um negócio, ou então... antes da decisão, passar por uma repartição de finanças deste país sem "mood" mas, enfiado na "mud" até ao pescoço.
Como diria o xôre Caeiro; Alberto para os amigos... os mais íntimos:
"Leve, leve, muito leve, Um vento muito leve passa, E vai-se, sempre muito leve. E eu não sei o que penso. Nem procuro sabê-lo."
Não deixa de ter alguma razão o dito alemão, eu pensaria o mesmo, afinal de contas temos um problema a resolver. Assim, também penso (julgo eu, como ele!) que teríamos a ganhar com um pouco mais de sentir patriótico, de vontade de fazer e mudar, todos juntos, empresários e gente comum. Mas não. Continuamos à espera, pode ser que a coisa se componha, dizem a cada esquina, num misto de desejo e descrédito. As notícias, debitadas em catadupa, fazem lembrar um estado feroz, onde o governo decide à margem da lei, sem uma pinga de senso comum. E verdade seja dita, faltam-lhes as palavras para desdizer os seus atos! Começaram por passar a mensagem subliminar de que os funcionários eram uma cambada de acomodados a viver à custa dos privados; e agora, vencidos estes, parecem querer virar-se para os privados, aqueles que ainda não foram privados de emprego…
Por tudo isto o ranking do meu “mood” (quem sabe, o nosso!) anda muito em baixo, observo dias de incerteza, de dúvida, de ansiedade e medo…
Se ele conhecesse as nossas leis de trabalho, ia entender imediatamente tudo e mais alguma coisa.
qual mood qual carapuça.
Já agora, está a demorar ao rastilho brasileiro chegar aí , está a faltar o quê ?
Tem razão caro Bartolomeu, mas acho que não era preciso esse tratamento de choque, bastava dar-lhe a ler algumas leis fiscais e as sucessivas alterações.
Caro jotac, o tal alemão achava que os números que ele lia tão bem seriam um estímulo ao dinamismo, assim como se tivéssemos estado a destruir pedras que nos tolhiam o ímpeto criativo. Afinal, como se vê no final do seu comentário, estamos bem deprimidos...
Caro stunning, se o problema fossem as leis do trabalho já devíamos ter progredido imenso, ou não?
Claro que não ,fizeram pseudo alterações e não mexeram no fundamental
Enviar um comentário