Gosto de histórias, gosto de as registar, gosto de as rescrever, vezes sem fim, e, sobretudo, de entrelaçá-las fundindo num único momento os passados, os presentes e os futuros. Elas nascem como belos e saborosos cogumelos. Quando se acaba uma, as sementes de muitas outras já estão lançadas. Para que possam germinar é preciso tratar do solo. As crianças adoram histórias, não mais do que eu, porque elas permitem-me viajar por todo o lado, fazem-me sentir que sou livre e a verdadeira liberdade, o doce da vida, obtém-se através do conto, do texto, da pequenina e emocionante história. As crianças são fontes de inspiração, tem de ser, então, elas não estão sempre a pedir mais uma, mais uma! Conta. Conta. Conta. Contámos vezes sem conta, até as contamos quando elas já estão a dormir. Elas ouvem, até a dormir, e não sabem se são sonhos. O que interessa é fazer com que elas pertençam aos sonhos e às histórias. Sempre é mais uma que um dia poderão ler, a sua história, as suas histórias. Quando começarem a lê-las farão viagens sem fim e recordar-se-ão de muitas outras que nunca contaram e sentir-se-ão felizes, livres e esperançadas. O seu caráter moldar-se-á com o reviver, um reviver que pode ser real, fantasioso, criativo, mas sempre belo. Quem ama o belo, ama a vida, a sua e a dos outros.
Registem as histórias dos filhos, escrevam-nas, entrelacem-nas e depois, mais tarde, deem-nas a lê-las e verão surgir coisas belas e inesperadas, felicidade, solidariedade, confiança e esperança.
Quem sabe se o segredo da felicidade da existência não está à mão de semear, transformar a vida em histórias.
Comecem com as dos pequeninos, com os vossos pequeninos...
2 comentários:
Compôr histórias e conta-las, é a arte que as mentes de algumas pessoas possuem e que lhes permite transportar consigo as mentes dos outros, numa viagem repleta de sonhos.
É a incompletude de cada ser que sonha esses sonhos. Tanto a incompletude do criador do sonho, como a do que se deixa transportar e hipnotizar por ele.
Sonhemos, pois, e façamos dos sonhos uma doutrina convergente com a vida.
;) Certo, Bartolomeu
Enviar um comentário