Há dois poderes incontrolados em Portugal: o quarto poder da
comunicação social e o quinto poder dos sindicatos.
Numa democracia, o poder soberano tem limites. O Governo é controlado
pelo Parlamento, o Parlamento pode ser dissolvido pelo Presidente da República,
o Presidente pode ser impedido de exercer funções, o Conselho Superior da Magistratura
vigia os Tribunais e o Ministério Público. Mas o poder de facto da comunicação social e dos sindicatos tornou-se ilimitado.
Considera a comunicação social que o direito à informação, mesmo que obtida
por métodos ilegais, é absoluto. O espectro da censura é seguro de vida para todos os atropelos. E o
que é sigilo profissional ou judicial protegido por lei deixa de o ser logo que
é publicado. Nenhuma sanção pune quem divulga. E atropelos graves à verdade,
incluindo ofensas pessoais e atentados ao bom nome são normalmente cobertos por
um manto diáfano de semântica, em que palavras e conceitos ganham valor e
significado que acaba por nobilitar o escrevente e deixar sem defesa o
ofendido.
Quanto aos Sindicatos, arvorando-se em donos dos serviços públicos, paralisam
transportes, portos, hospitais e escolas, consideram inconstitucionais serviços
mínimos e requisições civis, põem e dispõem dos serviços como entendem.
A natureza tem horror ao vazio. Também se o poder soberano não é
exercido, os poderes das corporações logo ocuparão o terreno.
Sem limites, nem
controle. Assim vamos em Portugal.
9 comentários:
Sindicalistas sem limites de mandato. Sem responsabilidades.São pagos pelos impostos de quem prejudicam frequentemente.Estão ao serviço partidário e não ao serviço do país.
Teremos de esperar que um dia surja um pp disposto a levantar esta questão.
Problema: esperar sentados.
Caro Pinho Cardão, o meu caro está cada vez mais assustador!
...tb existe o Poder do dinheiro, que veja lá bem , até compra a Informação e chega mesmo a comprar Sindicalistas!
(..há noutras areas quem diga que o dinheiro até compra "fruta ou chocolate"!)
E ainda tem o Poder do "poder"! isto é, existem quem tenha Poder legitimo, atribuido pelo voto ou por cargos publicos, que depois o usa de forma ilegitima e/ou ilegal...mas porque tem "poder" acaba por seguir impune! (por exemplo, há quem só pelo Poder, chega a tentar calar a Informação)
Ou por exemplo, quem tem o Poder de garantir empregos em troca da "submissão" (Sei lá, num aqualquer ilha ou assim...)...
...ou até quem usa o seu poder, para manipular a Informação, plantando noticias falsas...(pelo menos é o que se "escuta")
E depois há tambem quem tenha o poder da palavra, usando-a para influenciar outros, com retóricas pouco leais..que truncam realidades...em prol de interesses proprios ou de outros!
Todos estes são maleficos e perigosos....mas não serão nunca capazes de vencer 2 outros poderes imbativeis:
- o Poder de Pensar, ter ideias e opiniões.
- o Poder da Liberdade que é o maior deles todos (mesmo que por longas temporadas pareça estar perdido ou prisioneiro de outros poderes menores!)
,o)
Uma das falácias com que o newspeak do pós 25 de abril nos brindou foi a de considerar os sindicatos como "parceiros sociais" representando o Trabalho, e como tal com desígnios inquestionáveis.
Não será tempo de esclarecer a população que os sindicatos representam quando muito os seus associados, possívelmente muitos outros trabalhadores não sindicalizados, mas certamente nunca o factor Trabalho e muito menos "os trabalhadores"?
Não podemos esperar que seja a comunicação social a fazer esse trabalho. A comunicação social é apenas o megafone amplificador de quem fala mais ou mais alto. Não pode nem sabe educar. As organizações patronais não tem credibilidade (et pour cause). Dos Partidos nem se fala. Resta apenas o Governo para diariamente e com tenacidade cumprir essa função educativa. Não me parece que o esteja a fazer porque tal qual os governos anteriores tem medo deles.
-> Mesmo depois de já terem sido estoirados mais de 200 mil milhões em endividamento... os 'patrioteiros-do-prego' (leia-se, os portugueses que estão a colocar Portugal no prego) continuam a falar em mais e mais despesa... NÃO ENQUADRADA na riqueza produzida!?!?!
.
-> Mais, para os 'patrioteiros-do-prego' já se vislumbra uma luz ao fim do túnel: "implosão da soberania, ou o caos" - federalismo...
-> E mais, os 'patrioteiros-do-prego' não defendem uma estratégia de renovação demográfica (média de 2.1 filhos por mulher) - os 'patrioteiros-do-prego' gostam de se armar em parvinhos-à-sérvia [vide Kososvo]: dizem que a 'solução' está na naturalização de outros...
{nota: : os separatistas-50-50 não têm nada contra os 'globalization-lovers'... leia-se: os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa}
{mais uma nota: uma NAÇÃO é uma comunidade duma mesma matriz racial onde existe partilha laços de sangue, com um património etno-cultural comum. Uma PÁTRIA é a realização de uma Nação num espaço}
.
.
SE NÃO CORTAR COM OS 'PATRIOTEIROS-DO-PREGO', PORTUGAL NÃO VAI CONSEGUIR SOBREVIVER... resumindo e concluindo, SEPARATISMO-50-50!.
.
OBS:
- Nazismo não é o ser 'alto e louro'... mas sim a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!...
- Os NAZIS 'globalization-lovers'/(anti-sobrevivência de Identidades Autóctones) andam numa busca incessante de pretextos... para negar o Direito à sobrevivência das Identidades Autóctones.
- Pelo contrário, os SEPARATISTAS-50-50 não têm um discurso de negação de Direito à sobrevivência de outros... os separatistas-50-50 apenas reivindicam o Direito à Sobrevivência da sua Identidade!
{nota: há que mobilizar os nativos... que... possuem disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência}
Apesar de o meu estimado Amigo Pinho Cardão me considerar um anarquista russo do século dezanove, devo dizer-lhe que nesta questão estou de acordo consigo.
Chegámos de facto a um ponto em que tudo é ressalvado impunemente, perdendo desta forma, tanto para um lado como para o outro a importância e o conteúdo; a semântica, está de dia para dia a assumir-se não como um manto diáfano, mas como um verdadeiro escudo à prova de qualquer bala.
Desde o caso MST/PR que se passou a acrescentar a palavra "politica" a seguir ao nome, como forma de ofender a pessoa, desviando o projéctil com o escudo da semântica, para a política, que é impessoal e um corpo vago, pois ela própria se demite de qualquer definição mais pessoal.
Em resumo, se o nosso período Historico, algum dia for ensinado nos bancos de escola, ficará certamente conhecido pelo período da indefinição e da irresponsabilidade geral.
Caro Luís Moreira:
Completamente de acordo.
Caro Bmonteiro:
...Sentados e bem recostados. Também não sou optimista quanto a isso.
As lideranças vão vivendo satisfeitas no no politicamente correcto.
Carlos Carlos Monteiro:
Assustador é o que descrevi: poderes não eleitos sem limites nem controle. O meu amigo não dá conta?
Caro Pedro:
Tudo bem. E depois?
Caro JPRibeiro:
Diz que "A comunicação social é apenas o megafone amplificador de quem fala mais ou mais alto".
Não podia estar mais de acordo. Juntava apenas que também é o megafone de si própria.
Caro Bartolomeu:
Bom, acredito que algumas da suas opiniões "desviantes" apenas confirmam a regra de seguir normalmente a orientação certa. Como é o caso.
Caro Pinho Cardão, entendo que erra ao considerar a comunicação social também megafone de si propria.
A comunicação social é acéfala. Corre (como os tubarões) para onde houver mais sangue.
Contudo pela aparência exterior facilmente lhe podemos atribuir um qualquer desígnio, mas esse é apenas o fruto do protagonismo que os seus actores assumem nos acontecimentos que descrevem, (mas apenas descrevem) e amplificam. Por isso insisti que cabe aos governos subtilmente "orientar" a comunicação social. Quando o não fazem, outros por ventura mais maldosos, ou com menos legitimidade, se encarregarão de o fazer por eles. Um mestre nessa matéria foi ex-ministro socratino Santos Silva, que sabia muito bem condicionar o debate dos midia. Hipocrisia? Espero que não. Mas antes isso que ingenuidade.
É-me penoso assistir permanentemente ao argumentário dos que nos levaram a esta situação, sem qualquer contraditório, e como se não houvesse alternativa ao despesismo e à tripa forra. Alguém critica por exemplo o facto da Camara de Lisboa ter há décadas mais de dez mil funcionários para uma cidade de 600.000 habitantes ? Estamos a falar duma cidade do tamanho de Malaga ou Saragoça! E por aqui me fico senão era toda a manhã a escrever...
Enviar um comentário