De todas as dúvidas e males que nos afligem a doença é o denominador comum aos seres humanos. Haverá alguma sociedade que tenha posto em causa o valor supremo da saúde? Presumo que não. Acredito mesmo que nos primórdios da nossa existência como espécie a morte e as doenças associadas constituíram os nossos maiores dramas. A preocupação em as tratar, e até prevenir, datam dessa altura. Mas adoecer é uma fatalidade a que só escapam os que morrem subitamente ou por qualquer tipo de violência. Mesmo assim, serão poucos os que morrem sem terem apreciado os seus efeitos. E há uma razão, quase que diria um fatalismo. A evolução e a manutenção da vida fez-se e continua a fazer-se à custa da doença, a qual é simplesmente a outra face da moeda, já que é impossível separar a saúde da doença.
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Um país como o nosso, em que dois milhões de pessoas vivem na pobreza, logo desprovidas de “empoderamento económico”, a que podemos associar ausência de “controlo das suas vidas” (neste caso serão muito mais dos que os dois milhões), e a dificuldade em usar a “voz” por motivos variados, “explica” muito da patologia que infelizmente grassa por aí.
Os responsáveis governamentais “esquecem-se” das chamadas terapêuticas políticas. O enfoque dado às medidas curativas, embora úteis, sem sombra de dúvida, não consegue ir ao cerne da questão. As desigualdades sociais que estão na base do “síndroma do status” têm que ser tomadas em consideração, de outro modo continuaremos a adoecer e a morrer de forma desigual impedindo o desfrutar de algo semelhante ao “efeito do filósofo”, mas com saúde, logo é tempo dos políticos e dos cidadãos mais empenhados nestas áreas darem os seus contributos para construírem uma verdadeira estratégia ganhadora para a Saúde e Bem-Estar ao longo da Vida. Está perfeitamente ao nosso alcance, mas ultrapassa a mera capacidade interventiva dos diferentes profissionais de saúde. Estamos prontos para diagnosticar e propor as medidas mais adequadas, mas não temos capacidade na sua implementação. É altura de invertemos a situação, ou seja, por os políticos no terreno a trabalhar em prol da sociedade.
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Um país como o nosso, em que dois milhões de pessoas vivem na pobreza, logo desprovidas de “empoderamento económico”, a que podemos associar ausência de “controlo das suas vidas” (neste caso serão muito mais dos que os dois milhões), e a dificuldade em usar a “voz” por motivos variados, “explica” muito da patologia que infelizmente grassa por aí.
Os responsáveis governamentais “esquecem-se” das chamadas terapêuticas políticas. O enfoque dado às medidas curativas, embora úteis, sem sombra de dúvida, não consegue ir ao cerne da questão. As desigualdades sociais que estão na base do “síndroma do status” têm que ser tomadas em consideração, de outro modo continuaremos a adoecer e a morrer de forma desigual impedindo o desfrutar de algo semelhante ao “efeito do filósofo”, mas com saúde, logo é tempo dos políticos e dos cidadãos mais empenhados nestas áreas darem os seus contributos para construírem uma verdadeira estratégia ganhadora para a Saúde e Bem-Estar ao longo da Vida. Está perfeitamente ao nosso alcance, mas ultrapassa a mera capacidade interventiva dos diferentes profissionais de saúde. Estamos prontos para diagnosticar e propor as medidas mais adequadas, mas não temos capacidade na sua implementação. É altura de invertemos a situação, ou seja, por os políticos no terreno a trabalhar em prol da sociedade.
1 comentário:
Caro Professor Massano Cardoso
É muito interessante a análise que faz sobre a dificuldade em transformar informação em conhecimento, apontando como causa o baixo nível sociocultural. E o nível socioeconómico é indissoicável do nível de escolaridade. Baixos níveis de educação dificultam a apreensão do conhecimento e, simultaneamente, têm associados baixos níveis económicos. Dois factores que não favorecem a prevenção da doença e que dificultam o seu tratamento. Factores que normalmente andam juntos com a pobreza.
A melhor forma de a prazo combater a pobreza e as desigualdades sociais, incluindo a assimetria no acesso às conquistas da medicina, é investir na educação.
Vamos sempre bater no tema essencial da educação!
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