O relatório irlandês sobre o que se passou em algumas instituições católicas relativamente às agressões e violações das crianças acaba de ser apresentado, depois de nove anos de investigação.
As notícias revelam situações muito graves e impensáveis se considerarmos que estavam à guarda de religiosos.
À noite, no telejornal, uma dessas vítimas fez um comentário que merece ser realçado e que me perturbou: “A única coisa que o Natal tinha de bom era porque não praticavam abusos sexuais” Incrível! O único momento de paz para os pequenos corpos e atormentadas almas era o Natal.
Os relatos de abusos sexuais praticados “dentro” da Igreja são demasiados. É certo que o Papa já reconheceu esta situação. É certo que já foram pagas indemnizações astronómicas por esse mundo fora.
Ouço com muita atenção as explicações dos responsáveis da Igreja. Afirmam que tais condutas são reprováveis. Concordo, são repugnantes. Dizem que a Igreja não tem a ver com esse comportamento. Claro que a doutrina da Igreja não convida a esta conduta, nem para lá caminha. É óbvio. Mas a Igreja não é um conceito abstrato é feita pelos seus fiéis e tem responsáveis. Aqui chego a um ponto que me deixa muito confuso e para o qual não consigo encontrar explicação. Por que razão as autoridades da Igreja, sabendo o que se passava, não denunciaram os seus malfeitores demoníacos? Porque é que não os entregaram à justiça “secular”, a fim de serem exemplarmente punidos, evitando, deste modo, a perpetuação de práticas de agressões e violações sexuais?
É pena que a amorosa expressão, “Natal deve ser todos os dias”, não tenha sido aplicada às crianças irlandesas, porque elas, assim como todas as outras, merecem viver o seu dia-a-dia como se fosse o dia do Menino...
As notícias revelam situações muito graves e impensáveis se considerarmos que estavam à guarda de religiosos.
À noite, no telejornal, uma dessas vítimas fez um comentário que merece ser realçado e que me perturbou: “A única coisa que o Natal tinha de bom era porque não praticavam abusos sexuais” Incrível! O único momento de paz para os pequenos corpos e atormentadas almas era o Natal.
Os relatos de abusos sexuais praticados “dentro” da Igreja são demasiados. É certo que o Papa já reconheceu esta situação. É certo que já foram pagas indemnizações astronómicas por esse mundo fora.
Ouço com muita atenção as explicações dos responsáveis da Igreja. Afirmam que tais condutas são reprováveis. Concordo, são repugnantes. Dizem que a Igreja não tem a ver com esse comportamento. Claro que a doutrina da Igreja não convida a esta conduta, nem para lá caminha. É óbvio. Mas a Igreja não é um conceito abstrato é feita pelos seus fiéis e tem responsáveis. Aqui chego a um ponto que me deixa muito confuso e para o qual não consigo encontrar explicação. Por que razão as autoridades da Igreja, sabendo o que se passava, não denunciaram os seus malfeitores demoníacos? Porque é que não os entregaram à justiça “secular”, a fim de serem exemplarmente punidos, evitando, deste modo, a perpetuação de práticas de agressões e violações sexuais?
É pena que a amorosa expressão, “Natal deve ser todos os dias”, não tenha sido aplicada às crianças irlandesas, porque elas, assim como todas as outras, merecem viver o seu dia-a-dia como se fosse o dia do Menino...
3 comentários:
Num ponto, não poderia concordar mais com a revolta e angústia que expressa, meu caro amigo. É realmente incompreensível que as autoridades eclesiásticas, não punam e erradiquem os casos que são do seu conhecimento. Por outro lado, ao tentar avaliar a responsabilidade da igreja relativamente à atitude e conduta daqueles que pretencendo aos seus "quadros", molestam sexualmente crianças... sinceramente, caríssimo Professor, não consigo atribuir culpas directas à igreja neste ponto.
Tambem no sector da educação e do apoio privado ou estatal a crianças desprotegidas se tem conhecimento de casos de responsáveis que molestam crianças ao seu cargo.
Esta é uma chaga social que exige a atenção de todos, e sobretudo exige a sensibilização das organizações, por forma a que o conhecimento de possíveis casos, seja de imediato avaliados, interrompidos e punidos.
Caro Professor Massano Cardoso
É uma monstruosidade. É um crime contra a humanidade!
Estes crimes reiterados normalmente só são possíveis com a conivência de muita gente.
Li há pouco no jornal que durante todo o tempo em que as crianças foram abusadas muita gente sabia o que se estava a passar, inclusive pessoas do Ministério da Educação, que "preferiram manter o silêncio e ignorar alertas feitos por inspectores que falavam em crianças com ossos partidos e com sinais de passar fome."
Junto-me ao coro de indignação do povo irlandês com o acordo feito entre o Estado e a Igreja Católica para garantir a imunidade a suspeitos de abusos a troco de alguns milhões de euros e propriedades. Uma vergonha!
Bem, a igreja católica esteve à beira de ser acusada de organização criminosa no caso americano, situação evitada com o pagamento às vítimas, exactamente porque se ia provar que havia esse conhecimento e foi abafado.
Agora a associação de "igreja católica" e "abusos sexuais" é recorrente e isso é indesmentível. Mais preocupante, por todos os casos conhecidos serem descobertos por fora, é que tudo indica que a situação por dentro será, talvez, muito pior e que o maior crime da igreja (já tinha poucos...) ainda esteja por revelar.
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