Fui a uma escola nos arredores de Lisboa, situada no centro de vários bairros de realojamento, uma zona inóspita, sem ajardinamento, com muitos prédios ainda em construção à mistura com velhas casas decrépitas e desmazeladas, com lixo nos quintais e muros caídos. Essa escola tem 5 anos e é um excelente edifício, com salas amplas, ginásio, refeitório e um pátio grande, onde até cabe uma horta que os alunos cultivam. Os alunos vieram de vários bairros difíceis e convergiram ali, foi difícil ao princípio evitar que os ódios de estimação que progrediam entre os bairros não se transferissem para a escola mas hoje, segundo diz a directora, “não temos nenhuns problemas”. Os alunos têm pequeno almoço, almoço e lanche, têm regras de comportamento escritas e lembradas em vários pontos dos corredores, que são limpíssimos e cuja decoração, generosa e colorida, é da inteira responsabilidade dos alunos de todas as idades. Dá gosto ir ao longo dos corredores e apreciar os desenhos, as colagens, as pinturas os recortes ou mesmo os poemas que se alinham e dão vida a todos os espaços da escola.
A escola tornou-se o centro da vida de muitas daquelas crianças, havendo até muitos casos em que é ali que tomam banho ou aprendem as mais básicas regras de higiene, havendo ainda um “banco de roupa”, uma iniciativa dos professores que reparavam como muitas crianças careciam de roupa limpa ou menos gasta.
O que vi foi uma comunidade que soube criar a sua identidade, que em vez de sofrer com as variáveis do exterior conseguiu diluí-las e transformar a escola num mundo diferente do de cada um dos alunos, um mundo onde se educa, ensina e cuida, onde todos sabem o que lhes cabe fazer e como é importante que o façam.
Um excelente exemplo, como haverá muitos outros. Pena que só se fale do que não se consegue…
A escola tornou-se o centro da vida de muitas daquelas crianças, havendo até muitos casos em que é ali que tomam banho ou aprendem as mais básicas regras de higiene, havendo ainda um “banco de roupa”, uma iniciativa dos professores que reparavam como muitas crianças careciam de roupa limpa ou menos gasta.
O que vi foi uma comunidade que soube criar a sua identidade, que em vez de sofrer com as variáveis do exterior conseguiu diluí-las e transformar a escola num mundo diferente do de cada um dos alunos, um mundo onde se educa, ensina e cuida, onde todos sabem o que lhes cabe fazer e como é importante que o façam.
Um excelente exemplo, como haverá muitos outros. Pena que só se fale do que não se consegue…
3 comentários:
E quem são os principais responsáveis por isso? Os "iluminados do ME? Não me parece...
Já uqe esteve in loco bem poderia dar uma ideia de "aproveitamento", o que acontece depois das aulas ou quando as aulas acabarem...pois que a malta limita-se a empurrar o problema com a barriga...
O que se dev perguntar é porquê as portas abertas á pobreza dos outros.Que ainda por cima se fosse necessa´ria não havia 350000 só a RSI sem contar com os 400000 com subsídio de desemprego.E os ilegais?
Antigamente faziam peditórios para as missões lá longe e dava quem queria.Agora é imposto.O termos que receber menos para outros receberem mais.Sem se perceber porquê... e para quê...
Impostos a 90% acima de 3000 euros/mês para pagar aos pobres?É ou não uma boa ideia?É que "avaliar" a massa dos funcionários para poupar para a pobreza acho demais...
É uma escola portuguesa, é o que interessa, caro rxc, pagamo-la todos nós, se o resultado for bom só temos que nos alegrar e desejar que haja muitas outras. Mérito do ME, ou apesar do ME, mas mérito dos que lá trabalham seguramente, basta ouvi-los falar e ver o arranjo da escola. E os miúdos,também lá estavam.
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