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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Depois de uma desgraça...outra desgraça!...

Eu faria substituir as importações por aumentos da produtividade. Eu darei prioridade ao emprego e ao crescimento económico.
António José Seguro, na entrevista que acaba de dar à RTP
A entrevista de António José Seguro à RTP retrata uma absoluta vacuidade de pensamento e de acção. Nem uma alternativa factível e imediata foi capaz de enunciar.
Para diminuir os juros da dívida, quer o BCE a emprestar ao Estado a 1% ou pouco mais. Óbvio que a legislação europeia não o permite.
Para acudir à economia, quer utilizar 3 ou 6 mil milhões dos fundos não utilizados pela Banca, para recapitalizar empresas. Promete o que não pode, porque o desvio dessas aplicações nunca foi autorizado pelas instâncias europeias.
Para aumentar a receita, promete taxar as transacções financeiras e diz que daí obterá 50 mil milhões de euros!... Excelente! Ficaria o problema dos défices resolvido por 10 anos e a dívida pública reduzida a menos de um terço!...
Para aumentar a receita, diz que vai taxar as PPPs, mas não disse que os contratos negociados pelos governos PS contêm cláusulas que fazem repercutir sobre o Estado o aumento dos impostos. E também não disse quanto adviria daí.
Para resolver o problema o imediato do défice, António José Seguro está a estudar, mas de tanto estudo só pôde anunciar 50 milhões provindos já me esqueci de quê.  
António José Seguro afirmou que o Governo não tinha cumprido a meta do défice. Contraditoriamente, logo se apressou a dizer que o Governo tinha ido além do que a Troyca tinha exigido.
Exagero na vacuidade das frases feitas e um conjunto vazio de alternativas factíveis. Uma colossal montanha de medidas sobre as quais não tem qualquer domínio. E um poço de contradições.
Lamentável foi que Pedro Passos Coelho tenha dado a Seguro todos os trunfos com a incompreensível decisão da baixa da TSU para as empresas associada ao seu aumento para os trabalhadores.
Quando era fácil, Seguro não deu qualquer alternativa. Limitou-se à demagogia mais primária e enumerou medidas sobre as quais não tem qualquer controlo.
Depois de uma desgraça, outra desgraça!...

19 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da proposta de aumento da receita em 50 mil milhões de euros à custa da tributação de transações financeiras. Com aquele ar sério e grave não pode ser lapso. Ardo de curiosidade na explicação que não foi pedida na entrevista.

Bmonteiro disse...

Depois de uma desgraça, outra desgraça!...
Desta, da de Seguro, está o país seguramente livre.
Do que não se livrou, foi de ver o CDS a jogar por fora.
E de ver o PSD a meter-se na mesma asneira, ao responder-lhe pelas TV.
Estes actores, adoram ver-se nas TV's!
Deve ser da minha cada vez mais, falta de cultura democrática.
E do sentido patriótico e de Estado, destes artistas de ou do regime.
Pelos vistos,
CDS e PSD, a mesma luta.
De cada um deles.

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Bom, isso foi o clímax, o cume, o paroxismo da entrevista!
Creio que o entrevistador ficou tão apardalado que nem conseguiu argumentar...Sinceramente...que o caso não é para menos!...

Pinho Cardão disse...

Caro Bmonteiro:
Pois é, os nossos políticos, de tanto habituados à televisão, já não a dispensam para conversar entre eles.
Todos ficam a saber tudo na hora. Uma questão de transparência. E, vá lá, de enorme idiotice.

Suzana Toscano disse...

Vai ver que é mesmo da sua falta de cultura democrática, caro Bmonteiro, cultura democrática é capaz de se ter transformado em escarrapachar na televisão, em direto, o que nos vem à cabeça, de preferência irritados. vai ver que tem que mudar a sua cultura democrática antes que deixe de os perceber.
caro Pinho Cardão, tem que perder esse mau hábito de ver as entrevistas com atenção.

Tonibler disse...

É fácil, suspende-se a democracia 6 meses e faz-se uma securitização de dívidas que não existem e consegue-se logo uma enorme receita.

Espera, não é esta oposição pois não? Este é da oposição que anda às claras, não é? Ultimamente faço sempre confusão entre os dois....

Bartolomeu disse...

«A entrevista de António José Seguro à RTP denota uma absoluta vacuidade de pensamento e de acção. Nem uma alternativa factível e imediata foi capaz de enunciar.»
Não posso estar mais de acordo com a sua opinião caro Dr. Pinho Cardão. É triste e assustador, que o líder do principal partido da oposição, não tenha projectos concretos e exequíveis, para tirar o país deste estado comatoso em que se encontra.
Mas os portugueses conhecem já a mesma situação desde que Barroso "deu o salto" para Bruxelas e deixou isto tudo ao "Deus-dará... Deus-dará... e se Deus não der o que será?!"
Desde aí, os políticos que nos têm governado, parecem crianças pequenas, à volta de uma enorme caixa de peças de lego a escolher as que mais lhes agrada, para com elas construir algo que lhes vai surgindo ao sabor da imaginação.
Nunca um político responsável, olhou para o nosso país, reuniu a equipe e disse: ora vamos lá ver, dêem aqui uma ajudinha; vamos todos fazer um levantamento do que temos, para que serve e de que maneira pode ser reaproveitado, por forma a tornar-se produtivo e sustentável.
Isséquera bom!
Dá muito trabalho, é preciso perder muito tempo e reunir muita gente, coordena-los, incentivá-los, impregna-los do espírito de colaboração num ideal, com o fim de atingir o bem comum, renunciando ao provento individual.
Quando aparecer por aí um político com esta visão, aqui o menino Bartolomeuzinho, alista-se de imediato na equipe, nem que seja só para lhes afiar os lápis que irão utilizar para fazer os esboços.
Ó larecas, se vou!!!
;)

Tonibler disse...

Sabe, caro Bartolomeu, isso não vale a pena. Porque quando em cada duas órbitas neptunianas aparece um político que sabe ler e escrever, os rendistas chamam-lhe "experimentalista" e "terrorista social" levando atrás de si uma enorme manada de chocas, sempre à procura da orientação de um macho alfa, organizando-se em gigantescas manifestações de centenas de milhares de pessoas que festejam a originalidade do seu pensamento. E um país como este não merece, nem tem capacidade para se governar a si próprio. Chegou a hora de fazer o inventário e fechar.

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Desde o início da minha intervenção no Quarta República que tenho pugnado que o problema maior desta 3ª República Portuguesa não são os técnicos, mas os técnicos quando erigidos à condição de decisores políticos.
Está no sangue destes "mouros".
De facto este povo não merece estes machos - alfas.
Valha-nos o Paulo Morais, o Medina e uns tantos no espaço público para este combate contra os علي بابا deste mundo.

«Terá sido o próprio ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a dar indicações à Caixa Geral de Depósitos para subcontratar a empresa Perella Weinberger Partners para assessorar o Estado na venda da EDP e da REN. A notícia vem hoje no jornal Público e conta que os administradores da Caixa Geral de Depósitos António Nogueira Leite e Nuno Fernandes Thomaz manifestaram a sua discordância com todo o processo, que está a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

"A contratação da firma norte-americana esteve desde o início envolta em polémica. Não só por se tratar de uma empresa, alegadamente, sem experiência em privatizações e sem historial de conhecimento da área da energia, mas também porque o seu nome foi posto em cima da mesa pelo ministro das Finanças", escreve o Público. "E já depois de ter sido elaborada uma lista restrita, com nomes de assessores financeiros, que não incluía a Perella. A exclusão dos candidatos portugueses, como o BESI (que seria contratado pelos grupos que venceram as duas privatizações), o BCP e estrangeiros, levou alguns deles a questionar a opção governamental."

Apesar da discordância manifestada pelos responsáveis do banco sobre a escolha dos assessores, a Caixa BI acabou por subcontratar a empresa Perella Weinberger Partners, após parecer positivo dos serviços jurídicos. "O acordo fixou que a Caixa BI e a Perella repartiriam em igual percentagem as comissões cobradas ao Estado. O negócio rendeu 15 milhões de euros a dividir entre ambos", diz o Público, que assinala que o sócio da empresa norte-americana Paulo Cartucho Pereira, amigo de Vítor Gaspar, esteve em Portugal entre setembro e fevereiro, no decurso das privatizações da EDP e da REN.

«Um jurista citado pelo Público diz que os procedimentos adotados neste dossier terão sido regulares, "ainda que o comportamento e a conduta dos titulares da pasta das Finanças possa ser questionado eticamente". No Parlamento, há alguns meses, o deputado socialista João Galamba, conta o jornal, pediu "a identificação completa do ato administrativo que levou o Governo a contratar a Perella, bem como a respectiva certidão, incluindo a fundamentação".»

Agitador disse...

Alinho inteiramente pelo Tonibler.

Se bem entendo, à cabeça dos Rendistas está a Drª Manuela F. Leite que acendeu o rastilho e reuniu as Marias que se sentem mais seguras em seguir a manada.

Não sei qual é a adesão actual aos programas de contratação, com reduções da TSU e outros incentivos pagos pelo estado (estágios, isenções, etc), mas suspeito que será enorme. A pressão para despedir e contratar neste novos moldes será grande com prejuizo superior para os trabalhadores ao aumento da TSU. E para o estado ainda pior.

As nossas elites são muito fraquinhas!!

Tavares Moreira disse...

Caro Pinho Cardão,

Não tive o privilégio de ver/ouvir a entrevista em causa, mas este sucinto relato que o meu amigo nos oferece deixa-me perfeitamente estarrecido quanto à absoluta falta de senso e de noção das realidades que o entrevistado revela.
Tendo o entrevistado, apesar de tudo, na conta de uma pessoa sensata e razoável, admito que, mais uma vez, tenha cedido às pressões da squadra Armani que o rodeia, onde a tontaria e o "talent de rien-faire" são cultivados em grau extremo.

Agitador disse...

CARO Drº PC

Afinal qual é a medida alternativa à baixa da TSU, que contenha o aumento do desemprego e incentive a contratação?

São os subsídios habituais do Estado? É a mesma receita dos últimos 20 anos? Desde que seja o estado a dirigir e entregar as verbas, já está tudo certo! É o financiamento da economia filtrado pelo estado? queremos que o estado tenha as empresas na mão? que eventualmente as nacionalize?

Os que acreditam na economia de mercado, afirmam habitualmente que precisamos baixar impostos para disponibilizar verbas para investimento. Então não são as empresas existentes que o podem fazer em primeira linha? E não é esta a melhor forma das capitalizar?

Agitador disse...

Caro Dr. PC

Desculpe não comentar o assunto do seu post, mas é completamente hilariante colocar a hipótese, neste momento, da alternativa Seguro.

Anónimo disse...

Eu só quero saber como é que Seguro cobra os 50 mil milhões. Isso sim, resolve os problemas do reino. O resto foi conversa mas também não estava à espera de mais.

Pinho Cardão disse...

Caro Agitador:

1. A minha opinião sobre a descida da TSU para as empresas foi expressa no meu post de 14 de Setembro com o título As medidas do Governo e Kant: não basta a razão pura, um juízo moral é necessário, com o link
http://quartarepublica.blogspot.pt/2012/09/as-medidas-do-governo-e-kant-nao-basta.html
E justifica como uma medida óptima (a descida da TSU) pode não ser uma boa medida devido à companhia. Não me alongo, o meu amigo poderá consultar o texto e concordar ou discordar.
De qualquer modo, outra coisa não tenho dito aqui no 4R: a carga fiscal e para fiscal asfixia empresas e particulares é elevada e tudo o que se fizer para a baixar é bom. Mas o modo é que está em causa.
2. A "alternativa" AJS
Completamente de acordo consigo. Só não digo que a alternativa é de rir. É, antes, de chorar. Como é possível?

Caro Tavares Moreira:
Eu até simpatizo pessoalmente com a pessoa. Mas, politicamente, limita-se a reproduzir vacuidades, é contraditório, não apresenta nenhuma proposta factível, joga com as palavras. E ontem foi demagogo de início ao fim.

Cara Suzana:
Ontem, já excepcionalmente, caprichei em ouvir a entrevista. Definitivamente, vou seguir o seu conselho.

Escrivão disse...

Resumindo: não há alternativa.

Porque o Passos e o da fala lenta é que têm a solução, a tal que coloca o «deficit» em quase 7%.

Eu, por mim, só me pronuncio depois de ler o dossiê com as 357 medidas.

Agora, que o Jovem Inseguro elencou uma série de medidas que ele defendeu, Passos recusou e a Europa agora adotou... é verdade.

Por mais que isso doa às chocas com ausências de machos-alfa.

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Estou com o meu amigo. O homem prometeu 50 mil milhões no imposto sobre as transacções financeiras. Venham eles!...

Ilustre Mandatário do Réu disse...

Caro Pinho Cardão,

O meu amigo percebeu mal. Seguro usou uma palavra cuja raiz é transe e não transaccionar.

O meu amigo tem de reconhecer que se equivocou vítima de defeito profissional.

Já agora o conselho da nossa amiga Suzana Toscano é mau conselho. Então já imaginou o que iria perder? Mas percebo que tenha dito que sim que concorda, que com mulheres inteligentes há que saber jogar pelo seguro. Seguro?

Cumprimentos, IMdR

Pinho Cardão disse...

Excelente, caro Ilustre Mandatário!
Excelentíssimo!