Há cada ideia!... Não estou a ver alguém a pagar isto, nem mesmo os comerciantes que são prejudicados, as pessoas olham para cima em vez de olharem para as montras (!), coitado do artista, se calhar até tem ideias mas não as contretizou da melhor maneira ... :)
Caro Ferreira de Almeida: Já em 11 de Agosto eu fiz um post sobre o assunto. http://quartarepublica.blogspot.pt/2012/08/vi-ela-sentada.html Mas nunca é suficiente divulgar estas fantochadas que revelam bem a insanidsde que se apoderou de muitos. A começar por quem autorizou. Chamar a isto manifestação cultural, como alguns chamam, é aviltar a cultura. Mas em 17 de Agosto também essa excelsa organização de Guimarães autorizou o funeral de Portugal, que meteu soldados de GNR e salva de tiros. Também me referi no post cujo link deixo: http://quartarepublica.blogspot.pt/2012/09/e-temos-que-pagar-bestialidades-destas.html E assim vamos vivendo!
Suponho que a explicação do artista faça parte da instalação, pelo menos é igualmente sem sentido aparente e para deixar as pessoas mais confusas do que antes.
"Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães ... o sertão está em toda a parte. " João Guimarães Rosa - Grande Sertão : Veredas
Realmente, uma imagem vale mais que mil palavras; logo de seguida, acompanhada pelo sussurro do nosso homúnculo: "Mas que raio?". Ainda assim, que 'pérolas': "Uma ideia inspirada no dióspiro...", "Vi:Ela Sentada tem como objectivo motivar os habitantes para o desenvolvimento da sensibilidade, do sentido critico, da mudança de atitudes e de valoros em torno do espaço envolvente." - é que se aquilo não afecta sensibilidades, nada o fará.
Afeta a sensibilidade, sim senhor, se não afetasse não havia comentários. Quanto a ser arte isso é um pouco mais discutível, mas não posso deixar de, eventualmente, a considerar. Recordo de um belíssimo livro de arte em que a primeira peça era uma obra de Picasso. Um guiador de uma velha bicicleta colocada ao contrário e um velho selim. Título? Cabeça de touro, uma escultura feita em 1943. Um parente meu olhou para aquilo e disse: Picasso, Picasso. Um guiador e um selim! Só por ter sido feito pelo Picasso passou a ser uma obra de arte! Eu também era capaz de fazer aquilo. Tenho lá em casa uma pasteleira a cair aos bocados. Agarro no selim e no guiador e faço também uma cabeça de touro. Grande coisa, disse com um desprezo do tamanho de um touro. Até bufou! Foi então que lhe perguntei: Então porque é que não te lembraste de a fazer? Calou-se. Até hoje aguardo a sua resposta.
Quando cada um de nós é confrontado com um caso que julgamos esdrúxulo, achamos que foram ultrapassados certos "limites". Recordo-me, por exemplo, de me ter interrogado, numa visita que fiz ao MOMA, onde estaria a Arte naquela tela gigante, integral e uniformemente pintada de branco num único tom.
Suponho pacífica a asserção segundo a qual os "limites" em Arte são totalmente subjectivos, uma vez que são função estrita de cada observador. Daqui decorre a impossibilidade de os consensualizar ou, sequer, de os submeter a um critério democrático. Eis, pois, uma excelente razão para que, no domínio das Artes, não haja lugar à definição de “limites”. Nem dinheiro público envolvido.
Não sei quanto terão custado as cadeiras Vimaranenses, que até nem são desengraçadas de todo, mais o camisâme dependurado. Agora, que a troca das cadeiras da sala do Conselho de Estado, por poltronas-relax, onde se irão sentar-deitar os membros presentes na sessão de hoje à tarde, enquanto escutam (enquanto não pegarem no sono) o ministro Vitor Gaspar, a explicar o efeito daquela treta da TASU... mais os baldes de água para no final, os acordar... deve ter ficado bem mais caro... não duvido.
Meus caros, em especial Prof. Massano e Eduardo F., não estou em desacordo com os V. comentários. O post é ligeiro, como notaram e certamente me perdoam. É verdade que a "obra" apela aos sentidos, como chama a atenção Massano Cardoso. A questão, porém, é se apela de modo a que possa ser qualificada arte, designadadamente por quem, como o autor, a considera sem objetivo e sem sentido. Imagina Picasso, ou o mais surrealista dos surrealistas, o mais extremista dos abstracionistas a explicar que uma obra sua não tem sentido, não tem objetivo, não tem explicação? Confesso a minha falta de um pingo de sensibilidade, também para distinguir o que é arte do que não é, e de reconhecer os seus limites como acima alguém me acusou. Mas, meus caros Amigos, há uma coisa que eu sei detetar imediatamente - quando me estão a gozar. E tenham santa paciência mas o autor não tem prazer no que faz, tem um gozo infinito em vender aquilo. Outa nota que Eduardo F. colocou e com a qual estou em absoluta concordância: não deve haver limites para a expressão. Certo. Mas como diz, e era isso que queria sublinhar, sem dinheiro público envolvido. Só assim é que a ideia de ausência de limites faz sentido - paga quem gosta! Mesmo que quem gosta pague o preço do gozo do Autor por ter impingido mais um trabalho sem objetivo.
Como o Ferreira de Almeida, também para mim " há uma coisa que eu sei detetar imediatamente - quando me estão a gozar". E, sobretudo, estando eu a pagar.
São coisas distintas, sem dúvida. Picasso não recebia fundos públicos para a sua obra. Quanto ao resto, vale o que vale, pode valer muito, pode valer nada. A "arte" tem muitas semelhanças com a vida, às vezes vale muito e outras nada. Tirando isso, nada a opor!
Engana-se o meu caro Carlos Monteiro. Não tenho nada uma visão contabilistica da arte. Não gosto é que me tomem por parvo. E muito menos que me assaltem com umas camisas penduradas e umas cadeiras abandonadas na rua por uma criatura que confessa que não sabe o que faz (com reserva mental, convenhamos!).
Ah, sim, um dia libertamo-nos desta vida cheia de arte e mais cheia de "artistas", ainda. Que inveja tenho dos que a entendem tão profundamente, Carlos Monteiro. Eu procura-a a toda a hora e a todo o instante, talvez um dia consiga entendê-la...
Perdão, caro Dr. José Mário mas... o autor, parece-me saber o que faz... talvez até, bem demais. Até me parece que terá "inventado" uma forma genial-ó-artística para disfarçar ou transformar a gaguez em arte dialéctica-para-surdos-ouvirem. Quem parece não ter sabido muito bem o que fêz, foi a organização que o convidou. Ou então, não.
Ora aí está, meu caro Bartolomeu. Também suspeito que pelo menos o "artista" sabe o que faz. O "ar" com que "explica" o seu trabalho sem objetivo parece-me dizer tudo...
Ainda me lembro de alguém há uns anos atrás, creio que nos EUA, ter escrito um artigo sobre "fraudes artísticas" e para o comprovar, concorreu a um concurso de arte moderna com um tronco de árvore pintado de branco, e uma conversa intelectual sem significado a acompanhar a «obra».
Resultado: ganhou!
Não me lembro também quem me contou, mas em determinada exposição em Serralves estava em lugar de destaque... uma palete! (daquelas dos empilhadores!)
Nem se sabe muito bem se estava em exposição, ou se tinha sido ali esquecida precisamente por um empilhador!
Há poucos meses, o exterior da fachada principal do CCB, esteve uns tempos adornada com dois contentores pintados de preto e duas fiadas de pneus supensos ao lado. About Guimarães & Cultura, quem melhor para apadrinhar ou presidenciar, do que o autor de: Há mais vida para além da kultura? Dom Sampaio I, o Mole? Somos assim.
Quando vi essa "coisa" em frente ao CCB, pensei; obrigam os empreiteiros a cobrir os andaimes das obras com uma rede, para minimizar tanto i impacto visual, como os riscos de queda de algum objecto e está aqui este monte de sucata, impunemente, sem que nenhum ecologista, agente da ASAE, ou fiscal de obras venha mandar "rebocar-a-coisa". Ambiguidades, num país de dúbios costumes...
24 comentários:
Há cada ideia!...
Não estou a ver alguém a pagar isto, nem mesmo os comerciantes que são prejudicados, as pessoas olham para cima em vez de olharem para as montras (!), coitado do artista, se calhar até tem ideias mas não as contretizou da melhor maneira ...
:)
Caro Ferreira de Almeida:
Já em 11 de Agosto eu fiz um post sobre o assunto. http://quartarepublica.blogspot.pt/2012/08/vi-ela-sentada.html
Mas nunca é suficiente divulgar estas fantochadas que revelam bem a insanidsde que se apoderou de muitos. A começar por quem autorizou.
Chamar a isto manifestação cultural, como alguns chamam, é aviltar a cultura.
Mas em 17 de Agosto também essa excelsa organização de Guimarães autorizou o funeral de Portugal, que meteu soldados de GNR e salva de tiros. Também me referi no post cujo link deixo:
http://quartarepublica.blogspot.pt/2012/09/e-temos-que-pagar-bestialidades-destas.html
E assim vamos vivendo!
Suponho que a explicação do artista faça parte da instalação, pelo menos é igualmente sem sentido aparente e para deixar as pessoas mais confusas do que antes.
"Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães ... o sertão está em toda a parte. " João Guimarães Rosa - Grande Sertão : Veredas
Realmente, uma imagem vale mais que mil palavras; logo de seguida, acompanhada pelo sussurro do nosso homúnculo: "Mas que raio?".
Ainda assim, que 'pérolas': "Uma ideia inspirada no dióspiro...", "Vi:Ela Sentada tem como objectivo motivar os habitantes para o desenvolvimento da sensibilidade, do sentido critico, da mudança de atitudes e de valoros em torno do espaço envolvente." - é que se aquilo não afecta sensibilidades, nada o fará.
Qual insanos, os senhores não têm um pingo de sensibilidade artísitica!
Olha, querem ver que se multiplicam?!
Começo a ter medo...
Afeta a sensibilidade, sim senhor, se não afetasse não havia comentários. Quanto a ser arte isso é um pouco mais discutível, mas não posso deixar de, eventualmente, a considerar.
Recordo de um belíssimo livro de arte em que a primeira peça era uma obra de Picasso. Um guiador de uma velha bicicleta colocada ao contrário e um velho selim. Título? Cabeça de touro, uma escultura feita em 1943. Um parente meu olhou para aquilo e disse: Picasso, Picasso. Um guiador e um selim! Só por ter sido feito pelo Picasso passou a ser uma obra de arte! Eu também era capaz de fazer aquilo. Tenho lá em casa uma pasteleira a cair aos bocados. Agarro no selim e no guiador e faço também uma cabeça de touro. Grande coisa, disse com um desprezo do tamanho de um touro. Até bufou! Foi então que lhe perguntei: Então porque é que não te lembraste de a fazer? Calou-se. Até hoje aguardo a sua resposta.
Caro Dr. Ferreira de Almeida
Quando cada um de nós é confrontado com um caso que julgamos esdrúxulo, achamos que foram ultrapassados certos "limites". Recordo-me, por exemplo, de me ter interrogado, numa visita que fiz ao MOMA, onde estaria a Arte naquela tela gigante, integral e uniformemente pintada de branco num único tom.
Suponho pacífica a asserção segundo a qual os "limites" em Arte são totalmente subjectivos, uma vez que são função estrita de cada observador. Daqui decorre a impossibilidade de os consensualizar ou, sequer, de os submeter a um critério democrático. Eis, pois, uma excelente razão para que, no domínio das Artes, não haja lugar à definição de “limites”. Nem dinheiro público envolvido.
Não sei quanto terão custado as cadeiras Vimaranenses, que até nem são desengraçadas de todo, mais o camisâme dependurado. Agora, que a troca das cadeiras da sala do Conselho de Estado, por poltronas-relax, onde se irão sentar-deitar os membros presentes na sessão de hoje à tarde, enquanto escutam (enquanto não pegarem no sono) o ministro Vitor Gaspar, a explicar o efeito daquela treta da TASU... mais os baldes de água para no final, os acordar... deve ter ficado bem mais caro... não duvido.
Caro JMFA,
não me diga que precisava desta admirável peça de arte para chegar a essa conclusão...
Meus caros, em especial Prof. Massano e Eduardo F., não estou em desacordo com os V. comentários. O post é ligeiro, como notaram e certamente me perdoam.
É verdade que a "obra" apela aos sentidos, como chama a atenção Massano Cardoso. A questão, porém, é se apela de modo a que possa ser qualificada arte, designadadamente por quem, como o autor, a considera sem objetivo e sem sentido. Imagina Picasso, ou o mais surrealista dos surrealistas, o mais extremista dos abstracionistas a explicar que uma obra sua não tem sentido, não tem objetivo, não tem explicação?
Confesso a minha falta de um pingo de sensibilidade, também para distinguir o que é arte do que não é, e de reconhecer os seus limites como acima alguém me acusou. Mas, meus caros Amigos, há uma coisa que eu sei detetar imediatamente - quando me estão a gozar. E tenham santa paciência mas o autor não tem prazer no que faz, tem um gozo infinito em vender aquilo.
Outa nota que Eduardo F. colocou e com a qual estou em absoluta concordância: não deve haver limites para a expressão. Certo. Mas como diz, e era isso que queria sublinhar, sem dinheiro público envolvido. Só assim é que a ideia de ausência de limites faz sentido - paga quem gosta! Mesmo que quem gosta pague o preço do gozo do Autor por ter impingido mais um trabalho sem objetivo.
Como o Ferreira de Almeida, também para mim " há uma coisa que eu sei detetar imediatamente - quando me estão a gozar". E, sobretudo, estando eu a pagar.
São coisas distintas, sem dúvida. Picasso não recebia fundos públicos para a sua obra. Quanto ao resto, vale o que vale, pode valer muito, pode valer nada. A "arte" tem muitas semelhanças com a vida, às vezes vale muito e outras nada. Tirando isso, nada a opor!
ah... vocês têm uma perspectiva tão contabilística da arte, daí não conseguirem entende-la. libertem-se!
Engana-se o meu caro Carlos Monteiro. Não tenho nada uma visão contabilistica da arte. Não gosto é que me tomem por parvo. E muito menos que me assaltem com umas camisas penduradas e umas cadeiras abandonadas na rua por uma criatura que confessa que não sabe o que faz (com reserva mental, convenhamos!).
Ah, sim, um dia libertamo-nos desta vida cheia de arte e mais cheia de "artistas", ainda. Que inveja tenho dos que a entendem tão profundamente, Carlos Monteiro. Eu procura-a a toda a hora e a todo o instante, talvez um dia consiga entendê-la...
Perdão, caro Dr. José Mário mas... o autor, parece-me saber o que faz... talvez até, bem demais. Até me parece que terá "inventado" uma forma genial-ó-artística para disfarçar ou transformar a gaguez em arte dialéctica-para-surdos-ouvirem. Quem parece não ter sabido muito bem o que fêz, foi a organização que o convidou.
Ou então, não.
Ora aí está, meu caro Bartolomeu. Também suspeito que pelo menos o "artista" sabe o que faz. O "ar" com que "explica" o seu trabalho sem objetivo parece-me dizer tudo...
meu Caro Ferreira de Almeida
Estava a ser irónico, claro!
Ainda me lembro de alguém há uns anos atrás, creio que nos EUA, ter escrito um artigo sobre "fraudes artísticas" e para o comprovar, concorreu a um concurso de arte moderna com um tronco de árvore pintado de branco, e uma conversa intelectual sem significado a acompanhar a «obra».
Resultado: ganhou!
Não me lembro também quem me contou, mas em determinada exposição em Serralves estava em lugar de destaque... uma palete! (daquelas dos empilhadores!)
Nem se sabe muito bem se estava em exposição, ou se tinha sido ali esquecida precisamente por um empilhador!
Essa de Serralves eu vi, meu caro Carlos Monteiro. E não conto aqui a minha transmontana reação...
Há poucos meses, o exterior da fachada principal do CCB, esteve uns tempos adornada com dois contentores pintados de preto e duas fiadas de pneus supensos ao lado.
About Guimarães & Cultura, quem melhor para apadrinhar ou presidenciar, do que o autor de:
Há mais vida para além da kultura?
Dom Sampaio I, o Mole?
Somos assim.
Também vi essa instalação à porta do CCB. Como veem tenho levado contínuos banhos de cultura!
Quando vi essa "coisa" em frente ao CCB, pensei; obrigam os empreiteiros a cobrir os andaimes das obras com uma rede, para minimizar tanto i impacto visual, como os riscos de queda de algum objecto e está aqui este monte de sucata, impunemente, sem que nenhum ecologista, agente da ASAE, ou fiscal de obras venha mandar "rebocar-a-coisa".
Ambiguidades, num país de dúbios costumes...
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