É divertido, e quase tocante, ver os meus amigos do PS, do PCP e do BE, citar com desvelo Manuela Ferreira Leite ou Bagão Felix. Então e Vasco Lourenço, Mário Soares, Ana Gomes, Galamba e Francisco Louçã e tutti quanti de que depende a salvação da Pátria, já não replicados? Já não percebo nada...
11 comentários:
Mas, afinal, o que é que interessa?
Por a ridículo os oportunismos de ocasião ou analisar a pertinência do que foi dito pela Dr.ª Manuela?
Os oportunismos de ocasião não precisam ser ridicularizados, ridicularizam-se a si mesmos.
O que a Dr.ª Manuela disse merece reflexão, mesmo que seja para se concluir que não tem razão.
Eu não sei se os seus amigos do PC, PS e BE citam ou não Ferreira Leite. Eu que sou social- democrata, cito Ferreira Leite quando ela exprime ideias do campo social-democrata. Porque uma coisa é a social-democracia e outra bem diferente, direi mesmo antagónica, é a actual prática do governo PSD/CDS.
E para não dizer que cito apenas Ferreira Leite cito também Sá Carneiro:
“A evolução da social-democracia a partir dos fins dos anos 50 foi nitidamente esta: a conciliação dos valores liberais fundamentais com um regime económico que rejeita o capitalismo liberal. Para que as liberdades sejam desenvolvidas e se dê satisfação à justiça social a social-democracia rejeitou, e bem, o capitalismo liberal e enveredou por outras formas económicas em que é mais importante uma política de preços de rendimentos, de salários, de justa distribuição de rendimentos, de participação dos trabalhadores nas empresas e nas próprias decisões conjunturais do que propriamente da propriedade dos meios de produção.
Numa social-democracia, o que é característico é o apoio dos trabalhadores industrializados: e esse apoio é tanto mais significativo quanto mais o País estiver industrializado. As sociais-democracias do Norte da Europa, por exemplo, nasceram com o apoio dos operários da indústria, mas também de agricultores, de pescadores e de pequenos comerciantes, tal como no nosso país. A nossa base social de apoio é tipicamente social-democrata. O nosso programa é um programa social democrático avançado, em relação, por exemplo, ao programa do S.P.D. alemão - e, portanto, isto afasta qualquer deturpação que se queira fazer no sentido de nos apresentar como partido liberal ou democrata-cristão, o que são puras especulações tendenciosas que não têm qualquer base.
É que a social-democracia, que defendemos, tem tradições antigas em Portugal. Desde Oliveira Martins a António Sérgio. É a via das reformas pacíficas, eficazes, a caminho duma sociedade livre igualitária e justa. Social-democracia que assegura sempre o respeito pleno das liberdades.
Francisco Sá Carneiro
100% de acordo com o Carlos Sério. E de acordo também com o Galamba, a Ana Gomes... quando a tem. A social democracia é isso...um instrumento, não um porto de abrigo.
Nojo.
Também noto que ressuscitaram uma data de social democratas. As crises têm os seus momentos de recriação...
Acho que é mais um momento de centrifugação. Por exemplo, foi só mexer um bocadinho e aqueles todos que representam a ruína do país acabam todos nos extremos. Já há quem diga que vai à manifestação só para ver o Louçã abraçar o Cavac..., perdão, a Manuela.
Mais divertido é fechar os olhos e pensar que está a ouvir o BE ou o PCP. Depois, vem a parte do susto quando se abre os olhos!
Meu caro P.A.S. e demais comentadores que continuam sisudos, se não querem aproveitar o intervalo, falo a sério então: tem toda a razão, não interessa quem diz a verdade, se é do partido A ou do B, interessa a verdade, a razoabilidade, e, sobretudo, o patriotismo. Estou por isso de acordo com Galamba, Ana Gomes, Vasco Lourenço, etc.., quando são razoáveis. Acontece raramente, tenho de confessar e os meus Amigos nisso têm de convir ;).
Também não me custa subscrever os valores fundamentais da social democracia, creio ter alguma história nesse campo que poderia falar por mim, mas quem sou eu! seria irrelevante referi-lo. Mas perdoem-me a chamada de atenção a quem reclama por razoabilidade: falar de referências ideológicas, de valores e princípios é bom, é salutar. Mas em tempos de guerra, meus amigos, não são os dogmas ideológicos que servem de solução. Mais, estou convicto que se citasse outras intervenções de Sá Carneiro alguns iriam ficar deveras surpreendidos se as aplicassem ao atual contexto...
Sábias palavras, caro Ferreira de Almeida. Subscrevo na totalidade, se me dá licença...excepto naquele bocadinho em que admite que Galamba e Ana Gomes possam ter razão, embora raramente... Eu diria, muito, muito, muitíssimo raramente...
Caro ferreira de Almeida, há de facto alguns sectores que se reclamam da exclusividade de pensar nas pessoas e na justiça e equilíbrio das medidas ocultando a sua ideia de sociedade. Pena é que outros deixem que se fixem os olhos neles...
Pois...
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