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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Divórcio à italiana


O Primeiro Ministro italiano provocou a ira da sua mulher ao resolver fazer das listas para o Parlamento Europeu um verdadeiro concurso de misses. Numa interpretação bastante livre do politicamente correcto quanto à participação das mulheres na política, escolheu uma galeria de jovens modelos e artistas da televisão, dando largas ao seu estilo provocador e pouco incomodado com a escandaleira. Habituados como parecem já estar às singularidades de Berlusconi, os italianos preparavam-se para olhar as eleições com particular atenção quando a mulher de Berlusconi acabou com a brincadeira. Sem papas na língua e à boa maneira das matriarcas italianas, fez um comunicado público arrasador, dizendo que a iniciativa era “uma vergonha que ofende a credibilidade de todas as mulheres” e considerou que se tratava de “uma diversão do imperador” que “cria lixo sem pudor em nome do poder”. Carregada de razão, é claro.
Berlusconi, que já tinha tido que apresentar desculpas públicas à mulher por causa de uma outra beldade que também é Ministra das Oportunidades Iguais, viu-se agora obrigado a desistir de mais esta brilhante ideia, e reduziu as participantes para três. Tarde demais. A Senhora Berlusconi desta vez zangou-se a sério e pediu o divórcio.
Aguarda-se o pedido de desculpas público, desta vez de joelhos.
A menos que o imaginativo Primeiro Ministro tenha vestido a pele de Marcello Mastroianni no papel de barão Fefe Cefalu, no filme Divórcio à Italiana. O Barão, querendo ver-se livre da mulher Rosália por se ter apaixonado por uma jovem prima, e não sendo permitido o divórcio na Itália nos anos 60, decide fazer tudo para a mulher cometer adultério, o que lhe daria o pretexto de a matar sem ser condenado à prisão.
Será que Berlusconi viu na escolha para as listas europeias uma bela oportunidade para irritar a sua mulher ao ponto de ela pedir o divórcio, ficando ele livre para novas conquistas perante os olhares compreensivos dos italianos? Aguardam-se cenas dos novos capítulos. A coisa promete.

7 comentários:

PA disse...

Cara Dra. Susana Toscano

convenhamos que...

http://www.youtube.com/watch?v=EBPulUJGxHo

a "bomba" estraga qualquer casamento em menos de 5 minutos, mesmo um casamento dos mais estáveis.

"A carne é fraca"....

:-)))


Ver aqui tb:

http://www.youtube.com/watch?v=HsIYYSQ415M



Fico com a sensação que o Parlamento Europeu é o regabofe total.

Bartolomeu disse...

Cara Drª. Suzana, compreendem-se os argumentos da mulher do primeiro ministro de Itália, agora... estou convencido que os futuros parlamentares, sobretudo os que representarão cá o nosso burgo, já devem estar a esfregar as mãozinhas só de pensar no "filme" a que irão assistir nos corredores do PE.
Acho até que estas listas do Sr. Berlusconi, vão dar um maior alento e empenho aos nossos candidatos nas suas campanhas...

Pinho Cardão disse...

Cá por mim, estou com a estética de Berlusconi, em prol da renovação da classe dita política. Pior, em qualidade, não fica, com certeza. E a beleza é uma coisa emocionante!...
Quanto à mulher, pois não pode exercer censura sobre questões estéticas. Pelo que ultimamente se tem visto, estou em crer que Berlusconi tem sido um mártir, às mãos de tal esposa...Não pode ser!... Basta!...

Tonibler disse...

eu também estou com o Berlusconi. Aliás, parece ter sido o único que compreendeu a verdadeira essência das eleições europeias. O PS também entendeu qual a necessidade de ter deputados inteligentes, mas falhou completamente na estética.

jotaC disse...

Cá para mim o srº Berlusconi está a ser vítima de conspiração...
Faz o homem um esforço deste tamanho e ninguém lhe reconhece o génio?
:)

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Suzana
Numa coisa o Senhor Berlusconi tem razão: o assunto é pessoal e deve manter-se privado. O que será difícil se tivermos em conta os contornos “políticos” do divórcio.
Estamos perante um daqueles assuntos "sexy" que a comunicação social adora e que apaixona multidões!
Aqui vai mais um capítulo acabadinho de ler:

-- "Questionado pelo Corriere della Sera sobre a hipótese de uma reconciliação, Il Cavaliere respondeu: “Não acredito que seja possível. E não sei se, desta vez, a quero. Veronica deve pedir-me desculpas públicas. E não sei se isso será suficiente”.
"É a terceira vez que ela me faz isto em plena campanha eleitoral. É muito", acrescenta o chefe do Governo italiano, de centro-direita, declarando-se fortemente “indignado”.
Em declarações a outro jornal italiano, o La Stampa, Berlusconi diz estar “preocupado e desiludido”.
“Eu mantive uma situação difícil (o casamento) por amor aos meus filhos, mas agora acabou, já não há condições para continuar”, disse, acrescentando que este é um assunto “pessoal” que “deve manter-se privado”. --

Nuno Castelo-Branco disse...

Olhando para essa espécie de Balsemão recauchutado, percebemos então os milagres do Viagra que até já chegam à política (na Itália nem é de espantar).