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domingo, 25 de novembro de 2012

A barbárie do Holodomor-A Grande Fome da Ucrânia


Logo pela manhã, a notícia de homenagem a José Saramago com o nome de uma rua; a seguir, a prédica diária de Jerónimo de Sousa sobre a exploração capitalista e a comovente defesa dos pequenos, médios e micro empresários e dos agricultores.
Claro que a comunicação social ignorou por completo o 4º sábado de Novembro, dia em que se comemora o Holodomor, a Grande Fome da Ucrânia em 1932 e 1933, em que milhões de agricultores foram, fria e barbaramente, assassinados à fome pelo regime comunista soviético que aqueles senhores tanto defenderam e um deles ainda defende.
A memória destes dramáticos acontecimentos tem sido relembrada no 4R, nomeadamente pelo Prof.Massano Cardoso.
É o que se faz também hoje, transcrevendo um texto de Rui Tabosa no Blog Corta-Fitas.
Cumpre-se hoje o dia do Holodomor, a "morte de fome", nome que designa o tão convenientemente esquecido genocídio de entre sete a dez milhões de ucranianos, perpetrado pelo regime soviético há, precisamente, 80 anos. Um número imenso e, ainda assim, menos de um décimo das vítimas da barbárie comunista nos últimos cem anos, sem dúvida a ideologia que, de longe, mais mortes provocou na História da humanidade.
Nesse início dos anos 30, Moscovo procedeu à colectivização forçada da produção agrícola na Ucrânia, expropriando todas as propriedades privadas ainda existentes e deportando e exterminando os camponeses ucranianos seus possuidores – os kulaks – considerados inimigos da revolução proletária e do socialismo científico.
Pouco depois, entre 1932 e 1933, e cumprindo ordens de Estaline, a GPU - a polícia política soviética de então - executa finalmente o pavoroso genocídio pela fome, confiscando todos os alimentos, cereais e as próprias sementes a milhões de agricultores, prendendo todos quantos não apresentavam sinais visíveis de subnutrição, chegando mesmo ao ponto de entrar nas casas e revolver os colchões à procura de cereais escondidos. À população era proibido procurar comida, sob pena de morte. Corpos humanos sem vida juncavam as ruas e estradas da Ucrânia. Uma das consequências mais horrendas dessa política genocida foi o canibalismo, prática que obrigaria as próprias autoridades a divulgar cartazes onde se lia que “Comer os seus filhos é um acto de barbaridade”…
Uma data que não pode ser esquecida e escamoteada. Pese as diárias e comoventes falinhas mansas de quem nunca condenou tais atrocidades. E sempre defendeu o regime que as praticou.

 

5 comentários:

Floribundus disse...

os bens oferecidos pelo Vaticano ficaram na URSS

Massano Cardoso disse...

Uma das muitas tragédias que com o tempo costumam passar ao esquecimento. Quem comete um crime destes pode cometer mais vezes. A barbárie é cíclica.

Anónimo disse...

As tragédias cometidas pelos vermelhos têm realmente essa estranha tendencia de passar ao esquecimento...

Suzana Toscano disse...

Muito bem lembrado, há coisas que hoje nos parecem impossíveis, é incrível o que foi possível acontecer do "lado de lá" dessa Europa dividida em dois e que, como diz zuricher, parecem apagadas da memória.

Tiro ao Alvo disse...

E se os nossos juízes, para certos crimes, começassem a decretar sentenças do género: "ler em voz alta a história do massacre da Ucrânia, (ou outro do género) da autoria de fulano, aos prisioneiros de tal ou tal cadeia"? bastava uma hora por dia, durante um mês ou dois, e seria uma boa terapia. Rima e é verdade.