Recomendo a leitura deste post "Uma verdade inconveniente.", de António Araújo, que fala sobre a política de manuais escolares e a não política
de empréstimo de manuais escolares. O nosso país tem práticas que os países ricos há muito abandonaram.
São muitos os países europeus em que os manuais escolares são fornecidos
gratuitamente aos alunos - Bélgica, a
Dinamarca, a Finlândia, a França, a Noruega, a Polónia, o Reino Unido, a
Irlanda do Norte ou a Suécia - países em que o rendimento médio das famílias é
superior ao de Portugal, mas nem por isso se obrigam os pais a comprar livros
de estudo. E em outros países, como acontece na Alemanha e na Espanha, existem
sistemas de empréstimo de manuais escolares.
Por cá as famílias continuam a
ser obrigadas, todos os anos, a despenderem avultadas somas em manuais
escolares. O país aguarda há vinte e três anos por uma decisão governamental
que institua uma política de empréstimo de manuais escolares. Quanto mais tempo é necessário esperar? Será que a crise pode dar uma ajuda? Até agora...
5 comentários:
Pois é! O negócio das editoras iria por água abaixo assim como o dos autores. Há dez anos, 2002, tive oportunidade de ver a extensão dos braços do polvo livreiro. São muito compridos e muitos mais do que oito...
Excelente sugestão, Margarida,aqui está um testemunho que deve ser lido e ponderado, há exemplos "de fora" que parecem tão fáceis de seguir e afinal... Além disso, o blogue Malomil é interessantissimo, depois de virem aqui ver o 4r (claro!)vale bem a pena passear pelas excelentes fotografias (a sequência do Action Man está fabulosa)e apreciar originalidade e qualidade dos textos, cheios de inteligência e imaginação, do António Araújo.Parabéns ao autor!
Caro Doutor Massano Cardoso,
Parece que os tentáculos do polvo vão até ao Ministério da Educação. Na verdade, sob a capa do rigor e da exigência, o actual Ministério da Educação obriga que os alunos façam exames dos três anos, e, como é evidente, durante esses três anos os proprietários desses mesmos livros não poderão cedê-los a ninguém. Claro que isto é muito vantajoso para as editoras.
Para já não falar dos conteúdos de exames nacionais que se aproximam de determinados manuais em detrimentos de outros, condicionando, desta forma, decididamente, por parte dos professores, a escolha desses manuais. Escolhas que nada tem a ver com critérios científicos e pedagógicos mas, pelo contrário, tem a ver única e exclusivamente com a visível influência que esses autores ou essas editoras têm na elaboração dos exames.
Caríssima Margarida Corrêa de Aguiar,
Duas dúvidas me assolam:
1.ª - distribuir gratuitamente os manuais escolares (a ricos e pobres?) ou, mesmo que seja só a pobres (com as nossas artes na dissimulação fiscal somo todos pobres) não é despesismo e socialismo?
2.ª - porquê 23 anos?
Suzana
gostamos de falar dos exemplos "de fora", mas quando se trata de os aplicar cá dentro há sempre qualquer coisa que o impede...
Caro Um Zero à Esquerda
Pode fazer sentido fazer depender a gratuitidade do rendimento das famílias, como acontece com o acesso a outro tipo de bens e serviços. Quando fala de ricos e pobres quer mesmo fazer esta divisão ou foi para ilustrar a questão?
O post do António Araújo refere que há 23 anos que se fala do sistema de empréstimo de manuais escolares:
"Sabem desde quando é que se fala da questão? Desde 1989, pelo menos. Em 11 de Janeiro de 1989, o CNE, pronunciando-se sobre um decreto-lei que regulava esta matéria, propôs a aplicação faseada do princípio da gratuitidade dos manuais escolares. Passaram 23 anos – e continua a não existir um sistema de empréstimo de livros de estudo".
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