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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A derrota de Cameron

A imprensa britânica qualifica de humilhante a derrota do PM inglês a propósito da deserção de uma fatia considerável de deputados conservadores que votaram ao lado dos trabalhistas uma moção exigindo uma forte redução do orçamento da UE.
No plano interno os media comparam já David Cameron a John Major, o PM que teve o "azar" de suceder a Tatcher e que ficará na história como um dos mais frágeis primeiro-ministros britânicos.
Mas a consequência mais relevante tem que a ver com o projeto europeu no qual o Reino Unido sempre teve uma posição longe do entusiasmo. O gesto dos Comuns não pode ser neglicenciado porquanto significa um afastamento cada vez maior de um dos pilares da UE. Alguns analistas alemães dizem que a menor margem de Cameron para se solidarizar com a UE nas decisões fundamentais, traduz um maior isolamento do Reino Unido. Creio que é uma visão curta. A quebra de solidariedade do Reino Unido, a confirmar-se, só agravará a sensação de uma Europa com cada vez menos suportes, alargada a nações que, contribuindo para a união política, agravam as condições para o estabelecimento de uma coesão económica e social.

2 comentários:

Tonibler disse...

Eu compreendo que seja essa a percepção, mas não concordo muito. Os problemas da UE são problemas da zona euro, problemas da panelinha que os franceses fizeram com os alemães e que levaram atrás uma boa parte da união. As libras não iriam ajudar em nada.

Por outro lado, para além da panelinha ter sido criada contra a Inglaterra, os últimos tempos têm sido feitos a tentar eliminar a importância da Inglaterra nas finanças mundiais como se isso pudesse ser feito por decreto, como se de repente o pessoal começasse a ir negociar a Paris (LOL!).

Isto para dizer que nas actuais circunstancias até acho que os ingleses são muito mais solidários com a Europa que esta com eles e não tenho grande dúvida que o Cameron deve ter andado a reunir os votos suficientes para que a proposta não passasse. Eu nem percebo como é que o UK ainda não decidiu fragmentar a união.

Talvez o Passos Coelho possa fazer isso na próxima moção de censura...

Suzana Toscano disse...

Hummm, se fosse por a Europa ser forte e estar de "panelinha" contra os ingleses, até que nem era assim tão mau, seria porque o euro se ia aguentando no balanço.Mas o que parece é que os ingleses já não querem gastar mais dinheiro com um caso fracassado...ou talvez, como diz o povo, com mais olhos que barriga!