"Os portugueses vão todos aprender a viver com menos"
"Acho que vamos empobrecer muito, mas sobretudo reaprender a viver mais pobres".
"Há uma concepção de vida de consumo e de necessidade permanente de consumo de bens que
conduz à felicidade e não é real".
"Se não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer todos os dias bifes".
"Há um real empobrecimento, mas sobretudo pensávamos que podíamos viver melhor e que alguém
haveria de pagar. Mas deixou de poder ser assim". - Declarações de Isabel Jonet na SIC Notícias.
Foram estas as frases que levaram a uma campanha de insultos a Isabel Jonet na blogosfera, nos jornais on-line, redes sociais, esquerdistas de todas as etiologias. Contudo, não há nenhuma que não seja verdadeira. Dizer que o rei vai nu já não leva apenas a sofrer a galhofa da turba; já começa quase a ser crime. Até petições estão em curso para exigir a demissão da declarante do Banco Alimentar contra a Fome. Porque “é
desejável a contestação a um banco à
base da caridadezinha. Dou-te alguma
coisa, mas depois ficas caladinho, para subjugar as pessoas”.
Claro que para os saudosos leninistas de várias designações,
os fins justificam todos os meios. Se, para o sol brilhar para todos eles, é
preciso gente que morra à fome, pois que morra. Para eles, a solidariedade não
existe, nem deve existir. É um estorvo à revolução.
Por tudo o que tem feito, a minha homenagem a Isabel
Jonet. E estou certo que a próxima campanha dará a devida resposta a quem
lançou ataque tão repugnante a uma acção tão solidária e humana.
16 comentários:
Caro Pinho Cardão, estas coisas, embora demasiado irritantes e fazendo-nos questionar se vale a pena fazermos parte da mesma nação que estes filhos de pai incógnito, elas devem ser relativizadas. Se nos lembrarmos que o calaceiro do Jerónimo de Sousa fala em nome dos trabalhadores depois de 95% dos portugueses se terem recusado a votar nele, percebemos que na verdade esta gente não é ninguém, são 4 ou 5 abandonados pela sorte que acham que são inferiores por causa dos outros e não porque a natureza os fez mesmo assim. Pessoas menores.
Bravô pelo post, caro Pinho Cardão! E duplo bravô caro Tonibler pelo seu post!
Caro Pinho,
Primeiro que tudo saliento a louvavel missão e trabalho do BancoAlimentar.
Em segundo lugar, não concordo com os exageros das petições e ataques ao BA, pois não o confundo a "Instituição" com uma unica pessoa.
Em tercerio lugar, não consigo olhar as declarações da Jonet, com a mesma candura e simplicidade que o Pinho Cardão subescreve.
E passo a explicar:
Se de facto algumas afirmações podem ser rotuladas verdades e tal e coiso...tenho para mim que alguma s das afirmações foram elequentes e explicitas de mais.
E transcrevo. Sensivelmente no minuto 4:50, Isabel Jonet, afirma o seguinte :
"(...)pessoas que não teem rendimentos e não teem lugar no mercado de trabalho, apesar de term qualificações portanto é uma camada da população completamente diferente, MAS...
essas pessoas APESAR DE TUDO, são pessoas que teem de ser ajudadas
SOBRETUDO,
PARA NÃO FICAREM completamente ENRAIVECIDAS CONTRA a falencia total do SISTEMA(...)"
"essas pessoas APESAR DE TUDO" ???
" ser ajudadas SOBRETUDO PARA NÂO FICAREM ENRAIVECIDAS " ????
Quase me dá vontade de perguntar, usando a mesma semantica:
Se "essas pessoas" "APESAR DE TUDO" fossem domesticadas em vez de "ENRAIVECIDAS", já não era preciso ajuda-las ???
Tenho para mim, que o BA e o trabalho da senhora, é CONTRA A FOME.
E o que leio nestas afirmações é que afinal é :
"SOBRETUDO PARA NÂO FICAREM COMPLETAMENTE ENRAIVECIDAS"
Não me parece que isto seja candido e um discurso cristão e bom samaritano.
(reforço que nada tenho contra o BancoAlimentar, antes pelo contrario. E tambem aceito que as pessoas por vezes se enganem ou se exprimam mal. Não aceito que se olhe para estas afirmações e se diga que são corectissimas e muito humanas e católicas.)
Pedro, se IJ tivesse dito indignadas, juntando-se à turba nas ruas, já servia?
E sim, não têm rendimentos nem trabalho...
E os impostos que o Governo cobra já não chegam para "ajuda-los". Mais impostos?
Impostos também não. Então como se faz?
Então vem a Isabel Jonet e os seus amigos. Atenuam muitos casos problemáticos. Claro que a esquerda não gosta.
Quer todos na rua... com fome, a protestar.
E eu que pensava que os partidários da economia sustentável, da economia solidária, da simplicidade voluntária, da sociedade de decrescimento e, bem assim, os objectores de crescimento e os altermondialistas eram todos uns perigosos esquerdistas!!!
Caro Pinho Cardão, quem anda à chuva, molha-se, não são só os políticos que se sujeitam ao escrutínio do que dizem, como dizem e quando dizem. Estou certa de que a intenção foi a melhor e que não teve o objetivo de melindrar ninguém, e muito menos os que passam as maiores dificuldades e que o alarido é um aproveitamento.Muitas pessoas disseram o mesmo, muito antes deste descalabro, e nessa altura foram muito criticadas. Agora, é natural que se estivesse à espera de uma abordagem diferente, houve claramente, a meu ver, uma falta de sintonia entre o comunicador os os receptores...Azares de quem comunica, mas as fogueiras acendem-se neste país com uma velocidade extraordinária.
Em Portugal o risco de pobreza e as desigualdades na distribuição dos rendimentos são dos mais elevados da União Europeia, segundo o Relatório Conjunto de 2008 sobre Protecção e Inclusão Social.
Segundo o relatório, que será analisado e adoptado pelo Conselho de Ministros da Segurança Social dos 27, em Portugal "o risco de pobreza após transferências sociais (20% em 2004) e as desigualdades na distribuição dos rendimentos (rácio 8,2 em 2004) são das mais elevadas na União Europeia (UE)".
O documento revela ainda que a população mais idosa (e especialmente do sexo feminino), as mulheres e as crianças são as mais atingidas pela pobreza, sendo que as despesas com a protecção social representavam 24,9% do PIB, longe da média de UE de 27,3%.
Segundo um estudo da OCDE (2008) relativo a um conjunto de 30 países, a desigualdade e a pobreza estão entre os principais problemas com que se defronta a Humanidade. Sondagens de opinião, no conjunto dos países da OCDE, mostram que existe uma percepção clara por parte da opinião pública de que a desigualdade de rendimento e a pobreza têm aumentado em paralelo com o crescimento económico, principalmente a partir da década de noventa que tal facto é tido como uma disfunção do actual modelo económico de crescimento.
A mesma constatação, indirectamente, afasta a ideia de que o crescimento económico é a condição suficiente para corrigir desigualdades e reduzir a pobreza. A evidência empírica, que a informação estatística já proporciona, permite concluir que poderá ser necessário maior crescimento da economia para erradicar a pobreza, mas tal não é, seguramente, uma condição suficiente para reduzir a desigualdade e eliminar a pobreza, podendo mesmo ser factor do seu respectivo agravamento.
Pois é, parece que o pecado de Isabel Jonet foi expressar-se de modo que levou alguns a pensar que era adepta da caridadezinha. Como escrevi no meu blog: «Continua a campanha contra Isabel Jonet. Desta vez foi o coordenador cessante Louçã a referir-se à Presidente do Banco Alimentar contra a Pobreza como "a senhora do Movimento Nacional Feminino a brincar à caridadezinha". Porquê tanta raiva? Porque é que até agora, que eu saiba, nem Louçã, nem o BE, nem em geral a esquerda acusara IJ ou o BACF de serem "caridadezinha", coisa nojenta e detestável, pelos vistos, ou de serem instrumentos da direita, cripto-capitalistas ou outras barbaridades? Já se sabe que para a esquerda a caridade é uma coisa terrível e a caridadezinha ainda pior. Já nos meus tempos de estudante se sabia que a esquerda recomendava que não se desse esmola aos pobres porque isso atrasava a revolução. Será ainda pela mesma razão que a caridade é tão mal vista? Ou por ser uma palavra muito usada pela igreja? Mas a esquerda da redistribuição da riqueza por meio de impostos progressivos não suporta que se ajudem os pobres?»
Tonibler disse...
Caro Pinho Cardão, estas coisas, embora demasiado irritantes e fazendo-nos questionar se vale a pena fazermos parte da mesma nação que estes filhos de pai incógnito, elas devem ser relativizadas. Se nos lembrarmos que o calaceiro do Jerónimo de Sousa fala em nome dos trabalhadores depois de 95% dos portugueses se terem recusado a votar nele, percebemos que na verdade esta gente não é ninguém, são 4 ou 5 abandonados pela sorte que acham que são inferiores por causa dos outros e não porque a natureza os fez mesmo assim. Pessoas menores.
Observemos este baboso e indigente mental.
95% dos portugueses não votaram no Jerónimo de Sousa! E os que não puseram os pés nas mesas de voto? E os nulos? E os brancos?
Pressuponho que seja este mesmo rigor que o Vítor Gaspar coloca na sua política. Com os resultados que se conhecem.
Depois, o estatuto de menoridade e inferioridade que atribui aos «4 ou 5» é mais nazi que se possa conceber. Extermina-os, pá, extermina-os!
O Jerónimo é «calaceiro», embora tenha puxado pelo físico um par de dias. Já o Passos, que nunca trabalhou na vida e se fez homem à custa da JSD e do amigo empresário, é um empreendedor.
Ninguém se lembra quando ele fez a vida negra ao Cavaco, protestando contra as propinas?
Como regra não costumo (por deselegante) responder a outros comentários mas aqui não posso deixar de abrir uma excepção.
Dizer que há miséria em Portugal é não apenas um insulto à verdadeira miséria como também um desconhecimento tremendo do que é realmente a miséria. A quem o diz far-lhe-ia bem um estágiozinho nalguns paises africanos para ver realmente o que a miséria é. Conhecer sociedades onde morre gente às centenas por fome, onde uma simples constipação mata corpos demasiado debilitados para conseguirem lidar com algo tão simples e onde os mortos ficam por ali caídos, por enterrar, porque os que estão ao lados mal têm forças para se manterem vivos quanto mais para o esforço de abrir uma cova no chão e enterrar os que já se finaram. Há realmente pobreza em Portugal. Mas miséria não. Há muitos anos que não há em Portugal miséria.
P.S.: De passagem, não como um bife (ou seja que carne for) há uma catrefada de anos e ainda estou vivo. E saudavel!
Comparar a miséria das populações de alguns países africanos com a miséria que já existe no país é pura demagogia.
A apologia da pobreza que os postadores "oficiais" do "quartarepublica" defendem, essa sim, é uma atitude miserável, de classe abastada e de barriga cheia.Já dizia o Eça de Queirós, para que haja um rico tem que existir centenas ou milhares de pobres.
Sejamos optimistas.
Ainda há comida dentro dos contentores de lixo.
Caro Carlos Sério:
Temos discordado em muitos pontos, quase todos, todavia de forma cordata e civilizada. O pensamento é livre e a sua expressão também.
Por isso, tenho comentado os seus comentários, o meu amigo tem recomentado e assim temos mantido um diálogo agradavelmente conflituante, por isso, amigável.
Mas o meu amigo insultou os autores do 4R, nos quais me incluo, no seu penúltimo comentário, quando afirmou que "a apologia da pobreza que os postadores "oficiais" do "quartarepublica" defendem, essa sim, é uma atitude miserável, de classe abastada e de barriga cheia..".
Ficava-lhe bem retirá-lo.
E um dos maiores problemas é o crescimento da rua…
Foi o foco da intervenção de Isabel Jonet que mais irritou a esquerda negra…
É que, esta esquerda negra vive da indignação e da lástima. Cresce com o desemprego e com as manifestações de rua. Isabel Jonet retira parte desta gente, intervindo no lado oposto.
http://notaslivres.blogspot.pt/2012/11/o-lado-negro-da-forca.html
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