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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Honradez, valor raro...

A ser verdadeira a notícia de que o inquérito interno apurou que foi o ex-diretor de informação da RTP a permitir a visualização por agentes policiais de imagens não emitidas da manifestação de há dias junto ao Parlamento, creio que a imediata auto-demissão de Nuno Santos constitui um ato de contrição que merece ser valorizado, pese embora a gravidade do erro cometido. A conduta de Nuno Santos revela uma consciência que é infelizmente rara entre nós, e isso, não exculpando, honra. É tão rara que não consta que quem deu a ordem aos agentes policiais para obter as imagens sem mandato judicial tenha tido a mesma e pronta atitude.

Adenda: Nuno Santos não aceita, considerando-as falsas, as conclusões do inquérito. Fica, pois, sem sentido a "moral" deste post, pelo menos a propósito deste caso concreto. Fica também por explicar por que razão se demitiu então o diretor de informação. Seja como for, a última parte da nota mantém todo o seu sentido.
 

4 comentários:

C.e.C disse...

Os meus parabéns, também, pela opinião, JM. Rara é, igualmente, a opinião que se afasta de um mediatismo de corrente que nos transforma a todos num exemplo perfeito do Paradigma de Asch.

É de valorizar a tomada de atitude e opinião que mais que os erros cometidos, analise os gestos demonstrados - ainda para mais os que têm uma carga de remedição.

Jorge Lucio disse...

Bate no ponto caro Ferreira de Almeida.

Ainda que me custem a compreender os argumentos de alguma "esquerda caviar" para que imagens em bruto não possam ser utilizadas em investigação, foi-me ainda mais incompreensível o "afã" da PSP em ir visioná-las sem cuidar das necessárias autorizações. E é tanto mais lamentável, quanto tem sido consensual o elogio à actuação das forças da ordem nas recentes manifestações.

Tiro ao Alvo disse...

Não vejo mal no visionamento, pelas autoridades competentes, dos filmes feitos pela RTP, na identificação de eventuais criminosos, sejam eles atiradores de pedras, sejam eles agentes especializados em provocar desacatos, sejam polícias infiltrados a procederem incorrectamente. Aquilo não era uma manifestação pública? Que podia ser filmada por quem quisesse?
O que me causa espécie é andarem por ali uns tipos de cara tapada e ninguém os identificar. Até parece que querem proteger os desordeiros...

jotaC disse...

Concordo , caro Drº Ferreira de Almeida.