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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Lições de Economia- Do consumo público e privado I

A crise portuguesa permitiu que uma nova e poderosa teoria económica emergisse das sombras e visse a plena luz do dia. Macroeconomistas consagrados, catedráticos e jornalistas, comentadores e pensadores, políticos, licenciados, mestres e doutores vêm divulgando as últimas novidades do novo pensamento económico.
Naturalmente que o 4R não podia estar fora desta corrente. Pelo que se propõe sintetizar em algumas lições o essencial dessa nova economia.
Comecemos então por uma importante componente do PIB, o consumo.
O maior inimigo do consumo são as políticas de austeridade. As políticas de austeridade consomem drasticamente o consumo público e o consumo privado, que se ressentem e diminuem. A diminuição do consumo público e do consumo privado implica a baixa do PIB. A baixa do PIB acarreta uma menor cobrança de impostos, que implica mais restrições do consumo público, que fazem diminuir a actividade económica, que faz baixar a cobrança de impostos, que obriga a baixar a despesa pública, que implica nova baixa do PIB, que traz menos consumo e mais austeridade. E assim sucessivamente, e deterministicamente, até ao fim da economia. 

9 comentários:

Bartolomeu disse...

Não sei se esta cadeia a que o caro Dr. Pinho Cardão alude, terá como fim, eliminar a economia, mas a ganância do capitalismo, não tenho a menor dúvida que sente os (frágeis) alicerces abanar e fracturar-se.

Tonibler disse...

Em física chama-se de perpetuum mobile, a histórica vigarice de um motor que funciona ad infinitum com a mesma energia sem absorver, nem dissipar. Claro que entre os economistas a densidade de troca-tintas é muito maior :)

Bartolomeu disse...

Só o motor cósmico, caro Tonibler. E mesmo esse, por vezes, parece que engasga.

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

A política de austeridade é excelente e cria mesmo o ambiente de confiança necessário a uma economia.
Aliás em tantas excelsas e inteligentes cabeças, habituados às cartilhas e cegos pelos ambientes partidários, cegos - de outra forma - até pelos BPN's e PPP colocados à sua frente durante anos a fio, nunca se pensou fazer a destrinça do mau ou bom consumo.
É que há um mau e um bom consumo na óptica das contas públicas!
Com a boa arma do custe o que custar, não se procura a eficiência cirúrgica nem cortar no estado partidário, nem promover a austeridade (no sentido da eficiência) mas taxar produções voltadas quase totalmente para o mercado interno como é o caso da restauração e uma multiplicidade de outros pequenos negócios que geravam (com o napalm fiscal, deixam de gerar) receitas fiscais até aos cortes cegos. A austeridade mata não quando se é rigoroso na avaliação dos gastos, mas quando a austeridade se confunde com cortes cegos e com aumentos de receitas alimentando o monstro dos custos de contexto. E quando se privatizam as empresas que dão lucro em desfavor das que dão prejuízo ou quando se faz de conta que há nos sectores rentários e parasitários concorrência.
Ainda há quem queira investir em portugal? Só um louco ou um monopolista!
Marco Costa, um extraordinário secretário de estado do PSD (do PSD que nas próximas autárquicas sofrerá a maior derrota da sua história, por ... não ouvir, nem o seu próprio eleitorado!) mais o ministro da média de 11 de uma universidade privada (internacional), descobriu uma nova forma de liquidar mais 80.000 empresas e colocar mais 200.000 pessoas no desemprego - diminuindo o consumo e por arrasto a receita fiscal. E já nem falo no absurdo da SS (que se confunde mais com as práticas do seu acrónimo) funcionar quase com métodos pidescos de arbitrariedade total na relação com empresas e contribuintes.
Tens uma empresa que tinha pessoas a recibo verde com mais de 80% do rendimento baseado nessa empresa? Paga mais 5% sobre esse rendimento! Não sabias se o teu colaborador tem mais de 80% do teu rendimento baseado na tua empresa, nem as empresas foram disso informadas? Adivinhasses, que a troika precisa de recuperar mais verbas a favor dos credores (que se l... os portugueses!).
Isto, Pinho Cardão, isto é que uma nova e poderosa teoria económica! Ouvir a sociedade civil que lhes paga os vencimentos? Não, que os nossos políticos sempre foram deuses, a nata da sociedade, especialistas em serem eleitos à base da mentira?

Pinho Cardão disse...

Caro Bartolomeu:
Não, meu amigo, não meta política nas regras imutáveis da nova economia. Aliás, elas rejeitam-na.

Caro Pedro Almeida Sande:

A nova teoria económica tem os seus princípios. O meu amigo estabelece distinção e graduação entre eles. Eu estou de acordo consigo. Os autores é que parece que querem a teoria em estado puro.

Américo C. Varatojo disse...

Se a austeridade faz assim tão mal ao consumo, experimentem fazer exactamente o contrário, e chegarão ao estado deplorável em que nos encontramos. Aumentem o consumo Ad eternum e a economia jamais parará de crescer. Parmenides disse: o corpo é como uma esfera perfeitamente redonda, num plano perfeitamente plano, que se equilibra por si s.Será possível dizer o mesmo acerca da economia??

Anónimo disse...

O que é a economia?

Pinho Cardão disse...

Caro Américo Varatojo:
Tem quue ser paciente e esperar por uma das próximas lições da nova economia...

Caro Ferreira de Almeida:

Economia, pois...economia...olhe, meu caro FA, não é, com toda a certeza, o que uma grande parte dos "grandes economistas" dizem, quando peroram na televisão.

Bartolomeu disse...

Caro Dr. Ferreira de Almeida,
em Portugal, economia, tanto pode ser aquilo que alguns sonham, como o pesadelo de outros, aquilo que uns defendem e aquilo que outros atacam, aquilo de que uns se servem, ou aquilo que outros abominam.
Pode ser também uma religião... mas nesse caso, será uma religião de muitos deuses. Ou uma política (contra a vontade do caro Dr. Pinho Cardão). Mas uma política onde impera a burocracia e a meritocracia é desvalorizada.